Em alguns aspectos, Alegre não esteve à altura de uma resposta categórica e estruturada ao candidato da direita.
Não querendo pronunciar-se sobre matérias delicadas remeteu o interlocutor para o "site da PR" e a todos os que o viam revelou com isso grande desconsideração.
A questão das relações internacionais e do seu papel, no que à crise financeira respeita, Cavaco revelou um low-profile subserviente e temeroso. Ele é candidato e não expressou indignação pela operação especulativa que os "mercados financeiros" (uns 4 bancos norte-americanos que têm nome) e as suas empresas de rating têm feito, em articulação de interesses dos EUA, da Alemanha e da França, contra os países mais periféricos como o nosso.
Quanto ao Estado Social, num misto de confusionismo e de vontade de silenciar as políticas concretas que defende quanto à educação, saúde e segurança social, Cavaco reumiu-o às IPSS, misericórdias e outras entidades particulares, remontando a centenas de anos atrás.
Não se pronunciou sobre a escola pública de qualidade nem sobre a sobrevivência do SNS que sabemos na sua cabeça, como nas dos dirigentes do PSD e CDS, serem de desconsiderar face à oferta da iniciativa privada, empobrecendo os recursos para os respectivos serviços públicos.
Sobre as situações delicadas para o povo português e os reais projectos de direita, Cavaco nada disse, refugiou-se atrás do pano.
Defendeu como grande atitude o seu acordo com índustriais de hotelaria de as sobras das refeições serem distribuídas a quem tem fome, esquecendo-se de referir em que condições de segurança alimentar isso poderá ser feito.
Enfim, Cavaco definitivamente não. Contribuir para mais apoio à campanha de Francisco Lopes, isso sim, como forma de dar força a uma mudança radical de políticas.
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