domingo, 26 de outubro de 2014

Aspectos vários de um estado comatoso

g    O governo prolonga um estado comatoso com morte anunciada. Mas Passos Coelho ainda tem mais algumas coisas para privatizar ou concessionar, legislação celerada para aprovar, apoios a grupos económicos, apesar da amarga experiência de uma rede tentacular dos Espíritos Santos que dominou parte importante do país.
 
Aqui com 3 que viriam a cair
2.       É de referir que a passagem de Ricardo Salgado e Zeinal Bava de bestiais a bestas é a consequência da leviandade de quem procura exemplos de sucesso neste capitalismo que vai deitando as pessoas fora para aumentar os lucros dos mais poderosos. Irá Zeinal Bava ficar a rir-se de nós, como o fez em tantas imagens nestes anos, com o balúrdio que vai receber de “indemnizações”? Num país em que os administradores executivos dos grupos, revelado em estudo recente da Harvard Business School, ganham em média mais que 53 vezes os respectivos trabalhadores…Se o Ricardo Salgado for para a cadeia (a ver vamos) o Bava também deve ir.


3.       Atingir ou não o déficite dos 4% para cumprir com as exigências de Berlim é feito com malabarismos à custa das reduções das dotações para as responsabilidades das funções sociais do Estado, a manutenção de cortes nos salários e pensões, a venda ao desbarato de muito e importante património e o retrocesso no investimento produtivo do Estado.

4.       O governo já se deveria ter demitido. Como não o quer, temos que trabalhar por eleições antecipadas resultantes da sua demissão.

Enquanto as mazelas estão à vista, o ex-comentador do Público e agora Secretário do Estado Pedro Lomba mais o dinâmico Mendes Bota defendem a legalização dos lobbies. Argumentando este último que “temos de acabar com as coisas escondidas (o lobby é transparente?) em política (a deles seguramente porque ninguém lhe deu mandato para falar em nome de outros). Há uma grande confusão sobre o que é a actividade do lobby profissionalizada e regulamentada (qual a confusão, os maravedis não escorrem na mesma?) e o que é o conflito de interesses por baixo da mesa, o que é o Portugalinho das cunhas, em que à mesa de um restaurantezinho porreiro se faz a cunha de forma menos correcta” (que visão tão desactualizada da função…). Querem empregos e economia a crescer? Recorram ao lobby (paga IVA o serviço?)…


5.      Na frente externa, depois do recuo nas nossas exportações, o governo não dá indicação de como a queda abrupta dos preços do petróleo, feita como “represália” a Moscovo, está a atingir a nossa e as demais economias europeias. No Conselho Europeu reclamou e “venceu” na deliberação do CE a possibilidade das linhas eléctricas atravessarem as fronteiras de cada par de países europeus atingindo em 2030 os 15% da capacidade instalada, levando os mercados a aproximarem-se nos mecanismos de preços e governação. Isto é, Moreira da Silva em nome do lobbie energético quer que os portugueses paguem uma factura maior de electricidade no futuro, não estando previsto a que é que a harmonização das governações poderia dar origem no plano institucional.


6.       Atingir ou não o déficite dos 4% é preocupação do governo. Multiplica-se em malabarismos para os atingir à custa das reduções das dotações para as funções sociais do Estado, do investimento produtivo, e da manutenção de cortes nos salários e pensões. O OE reflecte essas preocupações do governo.


7.       O PS deixou cair a reestruturação da dívida, que já defendeu, para sossegar Berlim. Encontra uma“alternativa” que é um arrazoado e não alternativa. Assim se vai encostando o PS à direita por iniciativa própria e não, como dizem algumas cabeças bem pensantes, por causa do “sectarismo do PCP”.O PS criou muitas expectativas com Hollande. Como vai reagir agora ao Manuel Valls? 

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