g O governo prolonga um estado comatoso com morte
anunciada. Mas Passos Coelho ainda tem mais algumas coisas para privatizar ou
concessionar, legislação celerada para aprovar, apoios a grupos económicos, apesar
da amarga experiência de uma rede tentacular dos Espíritos Santos que dominou
parte importante do país.
2.
É de referir
que a passagem de Ricardo Salgado e Zeinal Bava de bestiais a bestas é a
consequência da leviandade de quem procura exemplos de sucesso neste
capitalismo que vai deitando as pessoas fora para aumentar os lucros dos mais poderosos.
Irá Zeinal Bava ficar a rir-se de nós, como o fez em tantas imagens nestes anos,
com o balúrdio que vai receber de “indemnizações”? Num país em que os
administradores executivos dos grupos, revelado em estudo recente da Harvard
Business School, ganham em média mais
que 53 vezes os respectivos trabalhadores…Se o Ricardo Salgado for para a
cadeia (a ver vamos) o Bava também deve ir.
3.
Atingir ou não o déficite dos 4% para cumprir
com as exigências de Berlim é feito com malabarismos à custa das reduções das
dotações para as responsabilidades das funções sociais do Estado, a manutenção
de cortes nos salários e pensões, a venda ao desbarato de muito e importante
património e o retrocesso no investimento produtivo do Estado.
4.
O governo já se deveria ter demitido. Como não o
quer, temos que trabalhar por eleições antecipadas resultantes da sua demissão.
Enquanto as mazelas estão à vista, o ex-comentador
do Público e agora Secretário do Estado Pedro Lomba mais o dinâmico Mendes Bota
defendem a legalização dos lobbies.
Argumentando este último que “temos de acabar com as coisas escondidas (o lobby é transparente?) em política (a
deles seguramente porque ninguém lhe deu mandato para falar em nome de outros).
Há uma grande confusão sobre o que é a actividade do lobby profissionalizada e regulamentada (qual a confusão, os
maravedis não escorrem na mesma?) e o que é o conflito de interesses por baixo
da mesa, o que é o Portugalinho das cunhas, em que à mesa de um
restaurantezinho porreiro se faz a cunha de forma menos correcta” (que visão
tão desactualizada da função…). Querem empregos e economia a crescer? Recorram
ao lobby (paga IVA o serviço?)…
5. Na frente externa, depois do recuo nas nossas
exportações, o governo não dá indicação de como a queda abrupta dos preços do
petróleo, feita como “represália” a Moscovo, está a atingir a nossa e as demais
economias europeias. No Conselho Europeu reclamou e “venceu” na deliberação do
CE a possibilidade das linhas eléctricas atravessarem as fronteiras de cada par
de países europeus atingindo em 2030 os 15% da capacidade instalada, levando os
mercados a aproximarem-se nos mecanismos de preços e governação. Isto é,
Moreira da Silva em nome do lobbie energético quer que os portugueses paguem
uma factura maior de electricidade no futuro, não estando previsto a que é que
a harmonização das governações poderia dar origem no plano institucional.
6.
Atingir ou não o déficite dos 4% é preocupação do
governo. Multiplica-se em malabarismos para os atingir à custa das reduções das
dotações para as funções sociais do Estado, do investimento produtivo, e da manutenção
de cortes nos salários e pensões. O OE reflecte essas preocupações do governo.
7.
O PS deixou cair a reestruturação da dívida, que
já defendeu, para sossegar Berlim. Encontra uma“alternativa” que é um
arrazoado e não alternativa. Assim se vai encostando o PS à direita por
iniciativa própria e não, como dizem algumas cabeças bem pensantes, por causa
do “sectarismo do PCP”.O PS criou muitas expectativas com Hollande. Como vai
reagir agora ao Manuel Valls?
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