sábado, 21 de junho de 2014

Já com saudade vimos partir ontem Jaime Gralheiro


O falecimento de Jaime Gralheiro, homem de múltiplas frentes de actividade e de um intenso combate pela liberdade e defesa do 25 de Abril nas nossas vidas, é uma notícia triste.
Gostaria de o voltar a ter visto.
À família enlutada envio daqui as minhas condolências.

JAIME Gaspar GRALHEIRO, advogado, dramaturgo, escritor, encenador e político, nasceu em Macieira, freguesia de Sul do concelho de S. Pedro do Sul, no dia 07/07/193...0. Depois de estudar no Colégio de Lamego e no de João de Deus, no Porto, rumou para Coimbra onde se licenciou em Direito.
Em Coimbra fez parte da TUNA, do ORFEON e ajudou a fundar o CITAC.
Após se ter licenciado fez o estágio à advocacia em Viseu, tendo montado escritório em S. Pedro do Sul, onde exerceu essa profissão desde 1958 a 2011, acabando por ter intervenções forenses, mais ou menos, por todo o país
Foi Delegado da Ordem dos Advogados desde o início da década de 70 até ao final da de 90, tendo intervindo em todos os Congressos dos Advogados Portugueses, Assembleias Nacionais e outras realizações plenárias da classe.


Como jurista escreveu “Comentário à (s) Lei (s) dos Baldios” e “Comentário à Nova Lei dos Baldios”, para além de ter escrito artigos técnicos em revistas da especialidade.
Como dramaturgo escreveu várias peças teatrais.


Ao lado da sua atividade profissional e artística, desenvolveu uma aguerrida atividade política, tendo, antes do 25 de Abril de 1974, participado, desde 1961, em todas as chamadas “campanhas eleitorais”, pela Oposição Democrática” até 1973.
Participou também no 2º e 3º Congresso Republicano e Democrático de Aveiro, tendo, no 3º em 1973, dirigido a secção “Desenvolvimento Regional”.
Depois do 25 de Abril de 1974, foi Presidente da 1ª Comissão Administrativa da Câmara de Pedro do Sul, de onde foi afastado no “Verão Quente de 75”.
Encabeçou a candidatura do MDP/CDE, à Assembleia Constituinte, pelo distrito da Guarda em 1975.
Em 1979  inscreveu-se como militante do PCP
A partir deste ano e até aos anos de 90, passou a ser candidato (normalmente cabeça de lista) pela FEPU; APU e CDU (coligações do PCP com outra forças de Esquerda) nas várias eleições legislativas, pelo distrito de Viseu.
Pela mesma força política concorreu, várias vezes, às eleições autárquicas, em S. Pedro do Sul, tendo sido eleito em 1978, altura em que lhe foi recusado o “pelouro” da Cultura, tendo-lhe, acintosamente, sido atribuído o pelouro das “Feiras e Mercados”. Demitiu-se e passou para a AM.
Foi sempre eleito (desde 1978 até aos meados dos anos 90) pela mesma força política para a Assembleia Municipal.
Jaime Gralheiro é uma referência de todos os democratas e da região onde viveu.

1 comentário:

anamar disse...

Conterrâneo, quase, dos teus.

Vi dele, uma peça , no Mirita Casimiro, encenada por Carlos Avilez.

b.f.s