terça-feira, 11 de março de 2014

As sanções e o poder, por José Manuel Jara




Pasma-se com a euforia néscia  dos representantes da União Europeia e dos EUA  com o golpe de estado de Kiev. Poder legítimo? Estado de direito? Ou golpe de mão com apoio da UE e dos EUA? Já se sabia que a geoestratégia precedia sempre outras considerações para os poderes vigentes. Alguém referendou a invasão do Iraque? E a ocupação militar do Afeganistão? E o ataque à Sérvia para separar o Kosovo? Os ataques  aéreos a Gaza e ao Líbano pelo Estado de Israel?!  E  os bombardeamentos pela NATO da Líbia, meses e meses,  para entregar o poder a quem convinha?  Em que consiste o direito  internacional?  A transgressão das fronteiras pelos drones?  Onde estão os direitos, a democracia e a legitimidade em Kiev?  O nacionalismo extremista ucraniano é saudado pelos poderes ocidentais! Que interessa que no seu seio medrem fascistas e nazis, inspirados nos tempos volvidos da operação hitleriana  Barbarossa? Os fins justificam os meios, assim parece. Em face disto que se sabe,  espanta que se concertem sanções contra a Rússia, país historicamente ligado à Ucrânia, cuja população nas regiões orientais e na Crimeia é russa e russófona.  Porque o  governo russo  declarou  que iria proteger essa população  pelos meios necessários? Deveria lavar as mãos e submeter-se às vontades chauvinistas de golpistas  oleados pelo “Ocidente”?  Não há finanças  para os países da EU em grave crise de empobrecimento galopante, mas sempre sobram milhões de euros para os jogos geoestratégicos da NATO. Uma pergunta final: quem teria poder para  aplicar  sanções às grandes potências  da NATO pelas suas passadas e futuras intervenções guerreiras? 

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem observado.
Maria