domingo, 23 de janeiro de 2011

Cavaco: a vitória de um homem amargo em quem apenas 1 em cada 4 portugueses votou hoje

Os discursos de há pouco de Cavaco Silva reflectem o quão aquém das expectativas lhe saíram os resultados: abstenção record que fez com que só um português em  cada quatro tenho votado nele.
Sem lhe retirar a legitimidade da eleição, isso retira-lhe autoridade para desenvolver o projecto da direita. Mas irá tentar fazê-lo.
Cavaco não discutiu nada nas presidenciais, quando se defende de que os outros candidatos o tenham insultado. Mesmo nestes discursos não explicita o que são os seus projectos para a Educação e Saúde que trata de forma redonda que tropeça nas respectivas garantias constitucionais.
Cavaco no que respeita às suas " linhas de acção" omitiu a Constituição e isso legitima a leitura entre linhas que cada um de nós é obrigado a fazer desse discurso redondo.
Se é certo que uma campanha eleitoral não pode ser totalmente substituída por "campanhas negras", a Cavaco era exigido que esclarecesse alguns actos, que de forma pertinente, questionaram a sua imagem de cidadão acima de todas as suspeitas. Não o fez e o que piora a situação é que hoje, em vez de saudar democraticamente os seus adversários, Cavaco usou um ataque soez, generalizado, que ainda continuou com o convite à comunicação social para denunciar as fontes informativas dos jornais sobre esses temas.
As centenas de pessoas que o vitoriaram no CCB foram uma fraca expressão de qualquer entusiasmo visível pela sua eleição.
São umas eleições de que Cavaco se não pode vitoriar muito. Mas que confirmam preocupações do que pode vir aí na tal colaboração institucional onde poderá ir mais longe do que foi na cumplicidade e apoio das malfeitorias do governo de Sócrates.
O dia amanhã continua a ser de luta para os que querem uma ruptura real com a situação a que a direita e o PS conduziram o país.

2 comentários:

als disse...

Já imaginou o que seria se 1 em cada 10 votasse Francisco Lopes?...

António Abreu disse...

Já. Seria mau ser eleito Presidente apenas com 1 voto em cada 10 portugueses. Mas dava-me outro tipo de garantias políticas, de corresponder ao que os portugueses aspiram e não de se casar com Sócrates para ainda os castigar mais.