segunda-feira, 20 de julho de 2009

Delírio antigripal

A generalidade dos meios de comunicação social estão a gerar situações delirantes e a induzir paranóias a propósito do H1N1.
Ele são escolas a fechar, empresas a deixar de laborar, a fuga do transportes públicos, a exacerbação preventiva dos grupos de risco, a corrida aos anti-virais sejam eles quais forem, estatísticas de novos casos dia-a-dia, previsão de mortos por país, etc, etc.


Pergunta-se:

1. Este virus expande-se mais significativamente que outros ou que os sazonais?
2. Este vírus é mais mortal do que as vulgares gripes que temos todos os anos e a que passámos a dar mais medidas preventovas que há uma dúzia de anos?
3. A taxa de cura após tratamento é inferior à de qualquer uma das outras gripes?
4. Em Portugal, desde que se começaram a detectar casos de H1N1, até agora, quantas pessoas foram infectadas? Destas quantas sendo tratadas não estão curadas? Quantas morreram? E comparando estes dados com dados de períodos homólogos de anos anteriores em relação a outras gripes, que concluímos.

As respostas são todas no sentido de que a gripe A tem menos impactos que outras gripes.
E não se justifica a corrida aos anti-virais porque ainda não estão no mercado os produzidos especìficamente para esta gripe.
Só estarão no último trimestre. E a indústria tem garantida a sua venda aos estados, pressionados por esta psicose colectiva, que o compram para parte da população, ficando ainda uma margem para quem a quiser pagar no mercado doméstico.
Não é por acaso que com a indústria dos armamentos, a dos medicamentos são as mais poderosas e geram mais comissões.

Anda muita gente a receber dinheiro "por fora" para alimentar estas supostas necessidades. E não são só os médicos que têm certos tipos de "congressos pagos".

Descontando a margem sempre disponível para alimentar aflições, de boa-fé, e sem se sentarem à mesa das comissões da indústria dos medicamentos, uma coisa é certa: não há almoços grátis...

3 comentários:

F. Penim Redondo disse...

H1N1 parece ser realmente um caso de manipulação em larga escala.
Como querem que as pessoas fiquem calmas quando é a própria ministra a comentar cada caso conhecido ?

Curioso do Mundo disse...

A OMS parece também não estar a ficar muito bem na fotografia...

Saúde amigo!

Miguel Jeri disse...

O vírus é tão mortal como a gripe normal (não sei a taxa de mortalidade dagripe sazonal, mas é baixíssima). O que acontece é que ao contrário da gripe normal, em que grande parte da população está imune, no caso da gripe normal ninguém está imune. Teremos portanto uma percentagem baixa de mortalidade mas que incide numa opulação-alvo muito maior - o mortalidade absoluta será certamente maior.

Um dos objectivos da prevenção é prevenir o contágio em massa. Com uma prevenção eficiente, o número total de atingidos será provavelmente o mesmo, mas distribuídos por um espaço muito maior de tempo. A curva "tempo-nº de casos" será mais achatada, embora a área sobre ela seja a mesma que se não houvesse prevenção.

As vantagens é que quanto mais suave for a esta curva, menos sobrecarregados ficarão os serviços de saúde e menos necessidade haverá de paragem das empresas, serviços públicos, faculdades, etc.

Por isso o objectivo é não entrar em paranóia, claro, mas convencermo-nos de que não estamos imunes (ao contrário da gripe sazonal). E não esquecer as medidas de prevenção de contágio, que nos tocam a todos. O Grupo de Trabalho de preparação de um plano de contingência para a Gripe da minha universidade (UP) fez uns vídeos bastante bons, e simples, sobre a prevenção. Podem ser vistos aqui:

http://www.aeicbasup.pt/index.php?option=com_content&id=174

Também aconselho a entrevista a Mário Carreira, epidemiologista, na Antena 1, aqui.