domingo, 7 de dezembro de 2014

Porque é que o governo português, na ONU, se absteve na votação contra a "glorificação do nazismo"?

Ao todo, 115 de 173 países votaram a favor da moção, enquanto 55 delegados – na sua maioria embaixadores dos países da União Europeia – se abstiveram.

Em 24 de agosto de 2001, o líder dos rabinos britânicos, Jonathan Sa­cks, anunciava em Londres que não participaria da Conferência contra o Racismo que a ONU pretendia realizar em Durban.
Sua justificativa baseava-se em uma série de afirmações que, direta ou in­diretamente, maculariam o Holocaus­to – durante o qual os nazistas da Ale­manha, com o apoio dos governos fas­cistas europeus da época (italiano, croa­ta, húngaro, romeno, búlgaro e ucrania­no), deportaram e assassinaram 6 mi­lhões de judeus nos campos de concen­tração, além de terem sido responsáveis pela matança de mais de 4 milhões de civis nos países ocupados, entre oposi­tores políticos, homossexuais, ciganos, portadores de deficiências e sobretudo comunistas e guerrilheiros.
Nessa onda até o presidente George W. Bush ameaçou cancelar a participação dos EUA em Durban caso continuasse o “erro” de escrever o Holocausto com a h minúscula.

Passados 13 anos tudo isso mudou. Com Obama.
Na realidade, a “grande imprensa” cen­surou o que se passou na Assembleia das Nações Unidas. E esse facto, foi considerado, por mui­tos analistas uma infâ­mia do ponto de vista histórico e políti­co, já que os representantes dos países da União Europeia que se abstiveram, em apenas cinco minutos, tentaram apagar os efei­tos nefastos da Segunda Guerra Mun­dial e de todas as violências e  massa­cres praticados pelos invasores nazis e seus aliados, os fascistas italianos.
Todos os diretores dos jornais, de revistas e dos noticiários de TV da União Euro­peia seguiram o exemplo de seus confra­des norte-americanos e canadianos, empur­rando para o “limbo mediático” a absten­ção de todos os representantes dos paí­ses que assumiram esta infâmia.Esse facto justifica uma pergunta de extrema importância, visto que o posicionamento dos governos da Alema­nha, Áustria, Bélgica, França, Grã-Bre­tanha, Hungria, Finlândia, Irlanda, Itá­lia, Portugal, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos e Hungria ao decidirem integrar o gru­po abstencionista, na realidade, demons­traram quão grande e complexo é  , hoje, o ní­vel de dependência ideológica em relação aos Estados Unidos.
Passos Coelho não mimetizou Salazar?

Vai ficar indiferente se manifestações nazis,como as que ocorrem na Ucrânia, descessem a Avenida da Liberdade?
Passos Coelho tem que explicar tudo isto muito bem...

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