Ouvimos muita gente de direita a reclamar de uma definição que conferiria ao texto constitucional um carácter "ideológico" que passo a citar:
…“A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português
de defender a independência nacional, de garantir os direitos
fundamentais dos cidadãos, de estabelecer
os princípios basilares da democracia
de assegurar o primado do Estado de Direito democrático
e de abrir caminho para uma sociedade socialista,
no respeito da vontade do povo português, tendo em vista
a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno”(Artº4º).
Mas o que aconteceu na condução das políticas e na acção do Estado, após o início dos governos do arco da governação em 1776 (primeiro só PS, depois em 78 com o CDS, depois alargado ao PPM, que já após depois do assassinato de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa em Dezembro de 1980, mudaria o 1º Ministro de Sá Carneiro para Pinto Balsemão, para estar hoje nas mãos do bando do Paulo e do Portas), foi algo que confrontou as novas realidades saídas da Revolução e expressas na Constituição.
A criação da União Europeia, pelo T. de Maastricht em 1993, e o seu aprofundamento com a criação de euro, em 1999, em que boa parte dos países, como Portugal, entrou com uma economia mais débil que os outros, adoptando uma moeda "cara" para que não tinha condições, serviu de pretexto para os PECs e o "resgate elaborado pela troika pròpriamente dita e pela troika cá da casa. Que deu origem à mais grave ofensiva contra direitos, remunerações e condições de vida dos trabalhadores e de classes intermédias de que há memória. Já então o neo-liberalismo se tinha espalhado como óleo nos bancos, governos, administrações de empresas públicas, certas chefias e quadros de apoio dos governos. O keynesianismo dera lugar ao neo-liberalismo. Isto não é ideologia? Então o que é ideologia???.
(em próximo post referirei a ideologia e o seu papel na situação financeira)
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