quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fugas para off-shores exigem maior controlo e taxação dos grandes rendimentos

Carlos Pimenta, Presidente do Observatório de Economia e de Gestão da Fraude da Universidade do Porto, declarou ontem a um canal televisivo que entre Janeiro e Maio deste ano saíram para off-shores 1320 milhões de euros de investidores portugueses (cerca de 7 vezes o que tinha acontecido em período homólogo do ano passado...). E referiu que estes eram dados do Banco de Portugal, muito aquém da realidade dessas transferêcias. Comecei por pensar onde andam os jornalistas, os profissionais que, na ausência de iniciativa própria do BdP, nos deveriam garantir o direito à informação? Falta de iniciativa e de competência profissional, censura, auto-censura?
Esta realidade ressoa por si mesmo nas nossas consciências.
Mas não fica por aí. Ela deita por terra a "tese" de governos do PSD e do PSD segundo a qual é mau aumentar a carga fiscal destes "investidores potenciais" se não eles deixam de investir. O que acontece é que se põem a andar com o papel, que cobriria as nossas necessidades de pagamento da dívida, não são taxados, não o aplicam noutros países nem noutro tipo de aplicaçoes financeiras e podem "regressar" dos off-shores depois a venderem o "investimento" com taxas que resultam das flutuações nos mercados, isto é, a taxas muito superiores"...
Como se vê, isto é tudo gente de confiança, patriota e honrada... E o governo assim se lhes vai decubitando, enquanto os trabalhadores e sectores intermédios da sociedade, na ausência de off-shores, vão empobrecendo. Passos Coelho formou governo à luz de uma expectativa de que estes e outros métodos mudassem. Porém P*S e PSD são figurinos do mesmo corte.

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