Destes acontecimentos a informação certificável é quase inexistente. Fala-se em centenas de mortos mas sem uma maior precisão.A fuga de muitos milhares de pessoas destas regiões afectadas pelo combate para países vizinhos causa uma perigosa situação humanitária, nas fronteiras africanas mas também uma pressão sobre a Itália e a França que, com tonalidades diferentes, descobriram agora o carácter do regime anti-popular de Kadhafi...
Sarkozy é o mais belicoso e que veícula no teatro europeu a estratégia e os objectivos de Washington que, por sua vez tem Londres atrelada. Para ele, a Europa e a NATO deviam abrir o corredor aéreo para impedir Kadhafi de dar combate à progressão armada dos revoltosos, a Líbia deveria ser bombardeada, os revoltosos serem abastecidos de novos armamentos, e deveria haver uma intervenção da NATO imediata na Líbia bem como o reconhecimento do Conselho Nacional Líbio como única autoridade do país.2. Michel Chossudovsky publicou nos últimos dias dois artigos na Global Research, que dirige e que o resistir.info publicou em português.
Neles o autor refere que "As implicações geopolíticas e económicas de uma intervenção militar EUA-NATO contra a Líbia são de grande alcance.
A Líbia está entre as maiores economia petrolíferas do mundo, com aproximadamente 3,5% das reservas globais de petróleo, mais do dobro daquelas dos EUA.
A "Operação Líbia" faz parte de uma agenda militar mais vasta no Médio Oriente e na Ásia Central, a qual consiste e ganhar controle e propriedade corporativa sobre mais de 60 por cento da reservas mundiais de petróleo e gás natural, incluindo as rotas de oleodutos e gasodutos.
Países muçulmanos incluindo a Arábia Saudita, Iraque, Irão, Kuwait, Emiratos Árabes Unidos, Qatar, Iémen, Líbia, Egipto, Nigéria, Argélia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, Indonésia, Brunei possuem de 66,2 a 75,9 por cento do total das reservas de petróleo, conforme a fonte a metodologia da estimativa". (Ver Michel Chossudovsky, The "Demonization" of Muslims and the Battle for Oil, Global Research, January 4, 2007) .
3. Não são os direitos humanos mas o petróleo que movem os EUA, Inglaterra e França. Nem é a democracia...Alguém sabe de onde surgiu este Conselho Nacional Líbio? Que métodos electivos o legitimam?
Hoje a UE irá debater as propostas da França e definir-se em relação à intervenção no território líbio.
Vejamos então até que ponto querem ou podem ir.
2 comentários:
Sim está bem, mas com Kadhafi também está tudo bem?
Como já aqui escrevi, Kadhafi, que encabeçou uma revolta contra o rei Idrís, há muitos anos atrás, passou a fazer jeitos políticos e na exploração do petróleo às potências ocidentais.
Sendo o país da região talvez com um mais elevado nível de vida entre a população, devido à aplicação nisso dos rendimentos do petróleo, Kadhafi foi assumindo um carácter despótico e ignorando o difícil equilíbrio que num país constituído por diferentes tribos, com elevado poder económico e de auto-organização.
O exemplo da Tunísia e do Egipto, onde entretanto as respectivas revoluções defrontam grandes dificuldades resultantes da coligação entre anteriores governantes e a cumplicidade das potências ocidentais, fez o resto.
Caberá aos líbios decidir sobre o futuro de Kadhafi e dasa transformações do regime que montou.
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