quinta-feira, 30 de julho de 2009

Alguns aspectos da política norte-americana na Eurásia.

Os acontecimentos da primeira quinzena de Julho na região autónoma de Xinjiang, na China, só aparentemente foram o resultado de um conflito étnico.
De facto foram um dos muitos que os serviços de informação norte-americanos podem desencadear, a partir de situações diversificadas, em diferentes países, apoiadas no exacerbar de naturais diferenças étnicas por grupos que controlam, com base em organizações sedeadas nos EUA.
A organização do actual Dalai-Lama e a da Sra. Rebya Kadeer são disso exemplo. Elas como outras são subsidiadas pelo National Endorsement for Democracy (NED).
Países ou Regiões Autónomas como o Tibete, a Birmânia, vários países da Europa Oriental, Sérvia, Geórgia, Ucrânia, Kazaquistão têm organizações que receberam estes apoios de uma NED que, sendo privada, recebe dinheiro público do Congresso
O que está em causa é a desestabilização de uma rede de relações que nos últimos meses sofreram evoluções muito positivas entre países da Ásia Central e a República Popular da China, no âmbito da Organização de Cooperação das Nações, de Xangai. E nomeadamente na sua última reunião de Iakateriuburgo, onde Rússia e Irão participaram como convidados.
O que assusta a administração norte-americana para estar por detrás de tais tentativas de desestabilização? Por um lado a interdependência energética que estes países procuram e, por outro, a capacidade que revelam em cooperar também na sua própria segurança regional, contrariando as tentativas de expansão da NATO para a região.
O complexo de gasodutos e oleodutos de países produtores para consumidores da região tem como um dos seus pontos sensíveis Xinjiang.
A Rússia tem projectos semelhantes com a China. O gás natural abundante na Sibéria é vital para o desenvolvimento da China.
Os chamados "interesses vitais dos EUA" prevêem criar uma grande área que, sendo extremamente rica, lhe não escape a uma dependência que a expansão militar da NATO consolidaria com a força das armas.
Acontece que os interesses dos povos na região não são coincidentes.

sábado, 25 de julho de 2009

Zelaya mantem-se na fronteira e espera encontro com chefe militar dos golpistas (actualizado)

Depois de ter levantado a guarda do posto fronteiriço e entrado nas Honduras, Zelaya disse a um coronel da força que o não deixa passar, e que diz não ter nada contra ele, que quer falar com o chefe militar do golpe, Romeo Vásquez. Aí fez declarações para ops órgãos de comunicação social que o acompanhavam (ver foto).
A família (mulher e filhos) foram detidos pela polícia hondurenha numa aldeia perto do posto. Centenas de populares tornearam a barreira militar na fronteira, entraram na Nicarágua e rodeiam agora o seu presidente que se mantem no posto fronteiriço.
O secretário-geral da OEA e Hillary Clinton criticaram Zelaya por ter insistido em entrar no país, talvez porque este não acedeu à táctica de ambos de irem arrastando o processo com pseudo- megociações que só estavam a servir para os golpistas se consolidarem no poder. O ministro do governo constitucional Victor Meza, disse hoje aos jornalistas que esta entrada de Zelaya no território é arriscada mas necessária e que não é possível nas Honduras extradoitar alguém sem razões para isso. Confrontado com a pergunta de quem está por detrás da ordem para Vásquez o matar, o ministro de Zelaya disse que o próprio Vásqwuez o refertiu a Zelaya - um grupo empresarial...

Depois do falhanço das negociações de S. José da Costa Rica, ontem ao fim do dia, e de Oscar Árias ter visto recusada pelos golpistas das Honduras a sua derradeira proposta de acordo, o presidente das Honduras, eleito pelo seu povo, dirigiu-se na Nicarágua para a fronteira para onde estão a afluir os hondurenhos para o receber(ver fotos).

Zelaya foi com a sua mulher e os filhos e também a Ministra dos Negócios Estrangeiros do seu governo. E fez a sua primeira paragem em Estelí. Chegou hoje ao seu país.
Entretanto, o exército está a bloquear as estradas de acesso à fronteira para tentar impedir que os seus compatriotas o recebam (ver foto). Já houve tiros e espancamentos de que só a Telesur está a dar notícias.
Anteontem Zelaya declarou solenemente a todo o mundo que se as suas vidas correrem perigo, isso será da inteira responsabilidade do chefe as forças armadas do "governo" dos gorilas que, há quase um mês, o derrubaram num golpe de estado pela intervenção desse militar.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A frase de fim-de-semana, por Jorge



A ficção revela verdades que a realidade mantem obscuras


Jessamyn West

escritora, autora de The Friendly Persuasion (1945)

Os Hanggai ou o rock mongol à conquista da Europa

Ao telefone com Sines esta manhã, confirmou-se. Foi um êxito.
Este grupo, nascido na baixa de Pequim, e na estrada há uns três anos em diferentes festivais e outros concertos, trouxe-nos um rock que se identifica, universal, mas com uma sonoridade e um suporte temático mongóis genuínos.
Se na China hoje uma crescente assimilação da cultura rock fez esbater diferenças culturais, este grupo não foi por aí, recuperou velhas conções tradicionais mongóis e lidera uma corrente do rock chinês, de diferentes etnias e regiões, que vai nesse sentido.
Aqui ficam eles, só em fotografia . Siga para o Youtube. Vai ver que gosta!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Quino e os grandes problemas mundiais...


Cartoon de Monginho

in Avante!

Nova escalada militar no Afganistão

2. A miragem da “guerra boa”

Tariq Ali, académico paquistanês e colaborador regular do The Guardian, na edição da New Left Review de Março-Abril, recordava os últimos anos deste país, martirizado por uma sérieconsecutiva de guerras. Transcrevemos apenas o início e o fim desta reflexão que aconselhamos ser lida integralmente aqui.

Para o autor, raramente se verificou uma convergência internacional como a que ocorreu na invasão do Afeganistão em 2001.O apoio à guerra foi unânime nas chancelarias ocidentais, mesmo antes dos seus objectivos e parâmetros estarem definidos. Os governos da NATO apressaram-se a afirmar “todos por um”. Blair deu a volta ao mundo defendendo a “doutrina da comunidade internacional” e a oportunidade de construir a paz e erguer uma nação no Hindu Kush. Putin saudou as bases americanas instaladas nas fronteiras meridionais da Rússia. Todos os grandes partidos de governo apoiaram a guerra. Todas as grandes redes de comunicação social – com a BBC e a CNN à cabeça – foram os seus megafones. Ara os Verdes alemães, assim como para Laura Bush e Cherie Blair, era uma guerra pela libertação das mulheres do Afeganistão (1). Para a Casa Branca, um combate pela civilização. Para o Irão a derrota pendente do inimigo Wahhabi.

Três anos mais tarde, à medida que o caos se aprofundava, o Afeganistão, em, termos comparativos, tornou-se “a guerra boa”. Tinha sido legitimada pelas Nações Unidas, apesar de a resolução só ter passado depois das bombas da NATO terem caído sobre o país. Se no seio desta e no caso do Iraque se delinearam diferenças tácticas, elas esbateram-se no caso do Afeganistão. Primeiro Zapatero, depois Prodi, depois Rudd compensaram a saída de tropas do Iraque com o seu envio para Kabul (2). A França e a Alemanha puderam fazer a exaltação das suas forças de paz e do seu papel civilizador. À medida que aumentavam no Iraque os suicidas bombistas, o Afeganistão era agora, para que os democratas pudessem afirmar as suas credenciais “de segurança”, a “verdadeira frente” da guerra ao terror, apoiada por todos os candidatos presidenciais americanos à disputa de 2008, com o senador Obama a pressionar a Casa Branca a violar a soberania paquistanesa sempre que isso fosse necessário. Com diferentes graus de firmeza, a ocupação do Afeganistão foi também apoiado pela China, pelo Irão e pela Rússia. Apesar de neste último caso, existir sempre uma forte componente de Schadenfreude. Os veteranos soviéticos espantados em ver os seus eros a serem cometidos agora pelos EUA numa guerra ainda mais desumana que a antecedente, espantaram-se por os EUA ainda estarem a fazer pior que eles.

Há, pelo menos, duas vias para sair do impasse.

A primeira, e a pior delas, seria a balcanização do país. Este parece ser, de momento, o padrão dominante da hegemonia imperial. Mas, há que ter em conta que, se os Curdos no Iraque e os kosovares e outros na ex-Jugoslávia tinham clientelas nacionalistas, a semelhança com os papéis que Tajiks e Hazaras é aqui muito remota. Alguns responsáveis de serviços secretos norte-americanos discutiram informalmente, há algum tempo, a criação de um estado Pashtun que unisse as tribos e acabasse com a Linha Duran, mas isto desestabilizaria o Afeganistão e o Paquistão a tal ponto que as consequências eram imprevisíveis. Aparentemente a ideia não teve apoiantes em ambos os países.

A via alternativa exigiria a saída de todas as tropas americanas, antecedida ou seguida por um pacto que garantisse a estabilidade do Afeganistão nos dez anos seguintes. O Paquistão, o Irão, a Índia, a Rússia e, possivelmente a China podem garantir e apoiar um governo nacional que funcione, empenhado em garantir a diversidade religiosa no Afeganistão e criar um espaço em que os habitantes possam respirar, pensar e alimentar-se todos os dias. Seria necessário um plano económico-social sério para reconstruir o país e garantir as necessidades básicas à sua população. Isto não seria apenas do interesse do Afeganistão mas seria visto como tal pelo seu povo que está exausto física e moralmente por décadas de guerras e de ocupações.A violência, arbitrária ou deliberada já se prolongaram demasiado. Querem que o pesadelo acabe e que não seja substituído por horrores de outros tipos. Os extremistas religiosos teriam pouco apoio popular se rompessem uma paz negociada e começassem a jihad para recriar o Emirato Taliban do Mullah Omar.
Mas a ocupação norte-americana não facilita este objectivo. Os falhanços que eram de prever deram nova vida aos talibans e, crescentemente, os Pashtuns estão-se a unir por detrás deles. Apesar dos Talibans serem completamente identificados com a al-Qaeda nos meios de comunicação social ocidentais, muitos dos seus apoiantes guiam-se, porém, por preocupações de natureza local. A sua evolução seria mais próxima à dos islamitas integrados no Paquistão se os invasores saíssem.A saída da NATO iria favorecer um processo de paz sério. Também poderia beneficiar o Paquistão, com o abandono pelos seus líderes militares das loucas concepções do “caminho estratégico” e uma visão da Índia, não como um inimigo, mas como um possível parceiro na criação de uma rede regional coesa, onde muitas questões contenciosas se poderiam resolver.

Serão os líderes militares e políticos do Paquistão capazes de deixarem de coçar as suas feridas e de fazerem o seu país andar para a frente? Washington permitir-lhes-ia isso? A solução é política e não militar. E reside na região e não em Washington ou Bruxelas.

1) De facto o único período em que foram garantidos às mulheres os mesmos direitos e a educação foi entre 1979 e 1989, com o governo do PDPA, apoiado por tropas soviéticas. Repressivo a vários níveis, conseguiu, porém, na saúde e na educação reais progressos, tal como no Iraque tinha acontecido com Saddam. Daí a nostalgia por esse passado entre as camadas mais pobres da sociedade em ambos os países.(2) Ao visitar Madrid, depois da vitória eleitoral de Zapatero, em Março de 2008, um alto funcionário do governo disse-me que tinham considerado a saída total do Afeganistão meses antes das eleições mas que os EUA manobraram. Prometeram à Espanha que um seu responsável militar seria nomeado comandante das forças da NATO, mas que a saída de Kabul iria afastar essa possibilidade. A Espanha recuou, para descobrir depois que tinha sido enganada.

Alfeite: um "acordo" impossível

«O Arsenal actual acabará e uma empresa – a AA SA – arrancará em 1 de Setembro, dando continuidade à actividade em curso, mas com regras externas e internas diferentes» - a isto se resume o actual «processo de mudança», nas palavras do administrador do Arsenal, o contra-almirante Victor Gonçalves de Brito, contidas no ameaçador «aviso» com que, dia 17, procurou conter o protesto dos trabalhadores, depois de estes serem confrontados com o texto do «acordo».
No documento, colocado online pelo Jornal do Barreiro, são também sintetizadas as «opções disponíveis para os actuais trabalhadores» do Arsenal do Alfeite: «Adesão às propostas de contratação da AA SA», «interesse em continuar integrado numa organização cem por cento do Estado» ou «passagem voluntária para a mobilidade especial».

O «acordo de cedência de interesse público», proposto aos trabalhadores que a empresa pretende contratar, coloca como subscritores, além do «trabalhador cedido» (cuja identificação não contém qualquer referência ao seu trabalho no actual Arsenal), o ministro da Defesa, o Arsenal do Alfeite e a AA SA.

Ao longo de seis páginas, preconiza, por exemplo:

- o desempenho de «funções afins» à categoria profissional;

- o trabalho «nas instalações da Arsenal SA ou nos clientes desta» e «uma eventual alteração, temporária ou definitiva», do local de trabalho, «para qualquer um dos estabelecimentos em que a AA SA exerça ou venha a exercer a sua actividade»;

- a alteração do horário de trabalho «unilateralmente», incluindo organização de turnos e trabalho nocturno.

Não satisfeitos, Governo e administradores estipulam ainda que «o acordo pode cessar, a todo o tempo, por iniciativa de qualquer das partes, com aviso prévio de 30 dias». Mas o trabalhador perde este «direito» por três anos, no caso de a empresa realizar «despesas avultadas na formação profissional».O Governo e a administração recusaram, até agora, negociar este texto com o sindicato.
(in Avante! de hoje)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Nicarágua celebra os 30 anos da Revolução Sandinista



No passado domingo, mais de cem mil habitantes celebraram a efeméride, na Praça de Santa Fé, que foi dedicada aos progressos sociais e económicos e à solidariedade com as Honduras, que na 5ª e 6ª feiras têm marcada greve geral pelo fim do golpe militar e peloo regresso de Zelaya e da normalidade democrática.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Delírio antigripal

A generalidade dos meios de comunicação social estão a gerar situações delirantes e a induzir paranóias a propósito do H1N1.
Ele são escolas a fechar, empresas a deixar de laborar, a fuga do transportes públicos, a exacerbação preventiva dos grupos de risco, a corrida aos anti-virais sejam eles quais forem, estatísticas de novos casos dia-a-dia, previsão de mortos por país, etc, etc.


Pergunta-se:

1. Este virus expande-se mais significativamente que outros ou que os sazonais?
2. Este vírus é mais mortal do que as vulgares gripes que temos todos os anos e a que passámos a dar mais medidas preventovas que há uma dúzia de anos?
3. A taxa de cura após tratamento é inferior à de qualquer uma das outras gripes?
4. Em Portugal, desde que se começaram a detectar casos de H1N1, até agora, quantas pessoas foram infectadas? Destas quantas sendo tratadas não estão curadas? Quantas morreram? E comparando estes dados com dados de períodos homólogos de anos anteriores em relação a outras gripes, que concluímos.

As respostas são todas no sentido de que a gripe A tem menos impactos que outras gripes.
E não se justifica a corrida aos anti-virais porque ainda não estão no mercado os produzidos especìficamente para esta gripe.
Só estarão no último trimestre. E a indústria tem garantida a sua venda aos estados, pressionados por esta psicose colectiva, que o compram para parte da população, ficando ainda uma margem para quem a quiser pagar no mercado doméstico.
Não é por acaso que com a indústria dos armamentos, a dos medicamentos são as mais poderosas e geram mais comissões.

Anda muita gente a receber dinheiro "por fora" para alimentar estas supostas necessidades. E não são só os médicos que têm certos tipos de "congressos pagos".

Descontando a margem sempre disponível para alimentar aflições, de boa-fé, e sem se sentarem à mesa das comissões da indústria dos medicamentos, uma coisa é certa: não há almoços grátis...

domingo, 19 de julho de 2009

Zelaya declarou que se as negociações em curso na Costa Rica falharem este domingo, voltará às Honduras no fim do dia de hoje

Segundo o diário brasileiro "Vermelho", simpatizantes do presidente deposto das Honduras, Manuel Zelaya, fecharam, ontem, as estradas que comunicam a capital Tegucigalpa com as fronteiras da Nicarágua e El Salvador, assim como o caminho até a região costeira do Caribe. Desta forma, respondem ao apelo do governante para que iniciassem uma insurreição contra o governo "de facto" (dos golpistas), que respondeu a esta mobilização com o restabelecimento do recolher obrigatório nocturno.

A dois dias do final do prazo fixado por Zelaya para que os golpistas o devolvam ao poder, a sua Ministra dos Estrangeiros, Patrícia Rodas, assegurou que o presidente, expulso do pais no dia 28 de Junho, ''já está a caminho de Honduras... e que Deus o proteja''.
Sem oferecer detalhes, Rodas fez este anúncio durante uma conferência de imprensa em La Paz, onde assitiu às comemorações pelo bicentenário da independência boliviana, onde disse ''Quando conseguirmos estabilizar a situação, Zelaya continuará a agenda diplomática internacional que veio fortalecer''. Zelaya esteve terça-feira na Guatemala, porém, na quinta, ao comunicar por telefone com seus apoiantes, acampados na estrada que liga Tegucigalpa à costa caribenha, não deu novos esclarecimentos sobre sua localização. '' Peço-lhes que se mantenham em resistência. Não desistam em nenhum momento, ou as Honduras entram em colapso'', disse Zelaya, referindo contudo que ''hoje há uma esperança'' para resolver a crise.


Afirmou que está a preparar ''diferentes alternativas'' para regressar ao país: ''aéreas, terrestres e outras para fazer esses militares sentirem vergonha pelo que fizeram contra o povo''.


Policias foram enviados para a zona onde cerca de cinco mil membros de organizações populares bloquearam a estrada para o Caribe, cinco quilómetros ao norte de Tegucigalpa.
Os agentes da polícia, apoiados por militares com uniforme camuflado, não intervieram contra o protesto.Os bloqueios afectaram o transporte comercial de Puerto Cortés - principal fronteira marítima do país -, assim como a chamada capital económica hondurenha, San Pedro Sula. Também houve interrupção da circulação em Comayagua e Olancho, a 200 quilômetros da capital. ''É uma mesagem às empresas privadas. Esperamos que reflictam e se dêem conta de que não lhes convem continuar a apoiar os golpistas'', advertiu um dos manifestantes, o dirigente sindical Erasto Reyes.


Para se contrapor à resistência, o governo "de facto" retomou o recolher obrigatório, desta vez das 23h30 às 4h40.





O mediador do conflito hondurenho, o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, propôs ontem (18), às delegações designadas por Zelaya e pelo presidente golpista, Roberto Micheletti, a criação de um governo de ''reconciliação nacional'', que passe ''pela recondução de Zelaya''. A declaração foi feita após Micheletti dizer que estava disposto a deixar o cargo desde que o governante deposto não reassumisse a presidência. Pela sugestão de Arias, Zelaya conservaria a Presidência e a oposição ocuparia ministérios-chave, como Interior e Finanças. Obrigava a cedências graves por parte de Zelaya que este se dispôs a fazer.
Mas a ideia não recebeu sinais de que seja acatada. Ontem mesmo Micheletti afirmou que não voltará atrás quanto à destituição de Manuel Zelaya. Disse que o seu país não aceitará nenhuma imposição da comunidade internacional e que tem o seu próprio sistema "democrático" e os seus próprios critérios, e que iria actuar de acordo com eles. Disse que defenderá a soberania e não aceitará que nenhum país do mundo lhe imponha seja o que fôr. Zelaya adiantou que, caso não avancem as negociações prevityas para hoje, tomará ''outras medidas''.

sábado, 18 de julho de 2009

Baile no Moulin de La Galette, de Renoir


Prossegue a luta indígena no Perú


Mais de um mês se passou desde o conflito que deixou dezenas de mortos na selva peruana, em Bagua. Nesse período, caíram ministros, a popularidade de Alan García, que já era baixa, chegou ao pior nível imaginável, e o Congresso chumbou os decretos contra os quais os indígenas se manifestavam. Mas a vida das comunidades originárias só piorou.
Depois de Alberto Pizango, os irmãos e líderes Saúl e Cervando Puerta Peña pediram asilo à Nicarágua alegando falta de segurança no país.
Lourdes Huanca Atencio, presidente da Federação Nacional de Mulheres Camponesas, Artesãs Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru (Femucarina) tem sido uma das grandes activistas deste movimento e garantiu em declarações à imprensa que os crimes cometidos por Alan Garcia em Bagua aumentaram a consciência dos indígenas que estão determinados a exercer a democracia plena como aconteceu com os seus irmãos na Bolívia. E a bater-se contra crimes agro-ambientais. Defendem, por exemplo, as sementes criollas (do planalto, convencionais). Hoje, com o tratado de comércio livre (com os Estados Unidos) o governo neo-liberal quer impor as sementes transgénicas.

Mais debate, melhor proposta: faz o programa eleitoral com a CDU


Para o efeito carrega aqui.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Frase de fim-de-semana, por Jorge





Nunca me preocupo com a acção. Preocupo-me, sim, com a inacção.

Winston Churchill

Cartoon de Monginho

in Avante!

E o respeitinho pelos cidadãos e pelos eleitores?

As transferências e as inclusões já estão fechadas nalguns clubes mas nalgumas áreas políticas ainda não.
Como se esperava, Roseta e Manuel Alegre foram ao ámem ao PS, para já em Lisboa.
Elisa Ferreira não se vê como vereadora no Porto, optando pelo apetecível lugar de Bruxelas (bruxo!...), mas... vai a votos, ao colo do Pinto da Costa.
E Roseta diz que se Costa sair da Câmara se não ficar como presidente, ela sai. Mas...vai a votos.
Isto é, cidadão eleitor, o seu voto, em caso de não sucesso eleitoral, vai para o galheiro. Se não der um lugar remunerado, o seu candidato dá de frosques.
Que é como quem diz: ou me arranjas emprego ou népias...
Pergunta inevitável: mas se brincam consigo desta maneira, para que é que lhes dá o seu voto? É para tratar da sua vida ou da vida deles?

Vá, pense bem, que ainda tem tempo.

A pandemia do lucro e as vacinas para a desinformação: Que interesses económicos se movem por detrás da gripe A??? (actualizado)


Os organismos representativos das farmácias e dos farmacêuticos acusam o Infarmed de proceder a buscas desadequadas às farmácia para identificarem receitas de medicamentos não comparticipados para o combate à gripe A, como o Tamiflu (o nome comercial Tamiflu, produzido pelos laboratórios Roche, corresponde ao fármaco Oseltamivir que é um antiviral seletivo contra o vírus influenza dos tipos A e B).
O Infarmed contrapõe afirmando que já tinha informado «as farmácias, em circular informativa, que deverão ficar na posse das receitas do medicamento Tamiflu», pelo que «apenas sublinhou aquilo que é já uma obrigação do farmacêutico».
A Autoridade Nacional do Medicamento defende ainda que, «no caso particular do Tamiflu, parece desadequada a constituição de ‘reservas domésticas’ deste medicamento por parte de população».
O Infarmed alerta que «o Tamiflu apenas deve ser tomado após receita médica e em condições muito específicas», senão «apenas se contribui para que algumas pessoas sofram reacções adversas desnecessárias e se promova o aparecimento de resistências do vírus da gripe ao medicamento», afirma.
O Infarmed relembra ainda que os farmacêuticos «não devem, em caso algum, dispensar o medicamento Tamiflu na ausência de receita médica válida».
Que interesses estão em jogo já que os dos doentes parecem nãoestar lá?

Todos os anos morrem no planeta milhões de pessoas vítimas da malária, que se poderia prevenir com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam!
No mundo, morrem por ano 2 milhões de crianças com diarreia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 cêntimos. Os noticiários disto nada falam!
Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas por ano. Os noticiários disto nada falam!
Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves os noticiários mundiais inundaram-se de noticias: uma epidemia, a mais perigosa de todas. Uma pandemia!
Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos, 25 mortos por ano.
A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas. Meio milhão contra 25...
Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque por detrás estava a transnacional farmacêutica Roche, com o seu famoso Tamiflu. vendeu milhões de doses aos países asiáticos.
Ainda que o Tamiflu seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população. Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.

Agora começou a psicose da gripe A. E todos os noticiários do mundo só falam disso.
Já pouco se fala da crise económica e muito pouco de outros assuntos.
E ainda se fala menos na elevada percentagem de casos tratados, com alta, no caso da gripe A (H1N1) (foram há dias divulgados números que são bem expressivos para Portugal...) e, novamente do reduzido número de mortos comparativamente aos doentes por aí fora - já que, por cá, tal ainda não aconteceu - e comparativamente aos ocorridos com as gripes "normais"...
Este novo vírus que afecta os seres humanos têm gerado quadros clínicos ligeiros nas zonas que têm suido afectadas.

A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflu. O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretário da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque. Os accionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão a esfregar as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflú.
Porém, ainda não existe vacina produzida (só lá para Outubro existirá). E existem uma sdérie de medicamentos correntes que levam à cura da gripe A. O Tamiflu não provou ser a vacina adequada e a suia ingestão só irá reduzir as nossas possibilidades de resistência a este e a outros virus. Também ainda não existem indicações de que a vacina da gripe sazonal de 2008/2009 proteja contra este novo víros da gripe A.

A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não se nega as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países.
Mas se a gripe A é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação, se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para a combater?
Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres, essa seria a melhor solução.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Honduras: EUA e Árias reforçam posições dos golpistas

Zelaya fez um apelo hoje à revolta e ao uso do direito constitucional à insurreição pata fazer reverter a situação das Honduras e restabelecer a legalidade democrática. Ao mesmo tempo disse que as “negociações” de S. José da Costa Rica não estavam a conduzir a resultados e que voltaria em breve às Honduras.

No passado fim-de-semana, dois destacados activistas do partido da Unificação Democrática, de esquerda, Roger Iván Bados, e Ramón García, foram assassinados nas Honduras.

O Movimento dos Não Alinhados juntou-se ao já vasto grupo de organismos internacionais que condenaram o golpe de Estado e exigem o regresso do Presidente Zelaya. Mas os EUA e o Presidente Árias, indicado por eles para fazer a tal “mediação”, acham que esta irá demorar a dar frutos, para os golpistas consolidarem a situação interna a seu favor apesar das regulares manifestações e concentrações públicas contra o golpe.

A sua ausência do país, a prazo, colocar-lhe-á também problemas de segurança pessoal sérios como a história contemporânea já mostrou noutras situações.
O regresso ao país tem sido “desaconselhado” pelos EUA, por Árias e pelo secretário-geral da OEA. Mas Zelaya sabe que se o seu regresso se atrasar, o tempo joga contra a normalização democrática e a favor dos golpistas.
E estes contam, com importantes apoios institucionais internos, que foram os suportes do golpe: Supremo Tribunal, Congresso, Forças Armadas, alta hierarquia da Igreja Católica, duas das três confederações patronais, três das cinco empresas multimédia, a base militar norte-americana de Porto Cano e as multinacionais farmacêuticas que dominam o mercado interno.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Escultura de Virgílio Domingues




A esmola de Obama...

Para que chegam os 2o mil milhões de dólares que Obama anunciou no Ghana ir entregar a África no decurso de 3 anos?
Divida-se a quantia pelos dias de 3 anos e serão 1.095 mil dólares por dia. Partindo do princípio - e o critério é meu - de que a distribuição levaria a que fossem beneficiados 600 dos 900 milhões de africanos, isso daria

x 3 = ...3 cêntimos por dia e por habitante!
E porque não optar pelo apoio ao investimento e à produção, apoio ao consumo, garantias de defesa alfandegária e acordos especiais na Organização Mundial do Comércio?

Reflexões sobre a imagem - Crónica do Rodrigo


Olá meus amigos, esperando que já tenham posto o rabito de molho, cá venho eu mergulhar nas águas dos meus pensamentos e começo por vos dizer que até estou de acordo com a Elisa Ferreira que, como, não vai ganhar as eleições no Porto, não pode perder o lugar de deputada europeia que esse já está no papo, e fez bem, em exigir o apoio do Sócrates porque os socialistas do Porto têm outros fervorosos militantes reclamando a posta, a pasta digo, desculpem, a desejarem ficar a cores nas fotografias com o Sócrates, e dirão vocês porquê? e eu digo-vos que ia a subir pela D. João V a partir do Rato onde os dirigentes do PS estão todos à janela na sede e de preto e branco e só o chefe está a cores, subindo, subindo, lá estava nas Amoreiras o cartaz do PSD a dizer que não baixa os braços, o que deve dar mau jeito e podia ter sido substituído por "nós arregaçamos as mangas", o que reduzia canseira, e logo ao lado não o vi todo mas vi o Sócrates, novamente a cores, com uma fotomontagem de raparigas a sorrir mas a sépia ou cinzento ou que é lá aquilo, mas o que me impressionou foi ter lido "Avan...Portug..." e aí ia-me dando uma coisa, não é que a mudança de imagem o estava a levar a apelos menos próprios para a sua condição, "Avante!" pensei eu, mas afinal era só "Avançar Portugal", e até fiquei mais sossegado por termos voltado à ordem natural das coisas.

sábado, 11 de julho de 2009

Lírios, também da vida


Obama: entregar o ouro aos bandidos e estimular a criminalidade?

A iniciativa de Obama em propôr uma saída "negociada" para o golpe militar das Honduras pode criar um grave precedente no caminho de uma nova forma de intervencionismo norte-americano.
Intervencionismo contra os países que, na América Latina, decidiram romper com o paradigma de países musculados por exércitos de formação ianqui, aptos a intervir quando a democracia, no ponto em que estiver, impedir a posse e exploração das matérias primas por empresas multinacionais que alienam a capacidade doméstica de redistribuição de terras, de aumentos de produção, de competitividade e de competitividade internacional.

Intervencionismo protector da sobre-exploração, das oligarquias, e das imensas desigualdades sociais que enformaram um modelo de que os povos, manifestamente, se querem libertar.

Obama propôs que a vítima e o criminoso fizessem as "pazes", que ele abençoaria, sem restituição do produto do assalto mas com a desculpabilização do bandido, excepção feita aos golpistas que fervessem na linguagem não contra as vítimas mas contra ele próprio. Ficaria Obama em decúbito careca se um dos golpistas que ilibara continuasse nas funções de ministro dos negócios estrangeiros a chamar-lhe "negrito ignorante".

É sabido que em todos os países da América Latina, em graus diferentes é certo, existem sectores militares, potentados económicos, embaixadas dos EUA e lideranças católicas que já tentaram outros golpes , que foram derrotados pela determinação popular e a firmeza dos dirigentes. Mas foram derrotas provisórias.

Ninguém se terá mostrado muito defraudado com a tímida reacção de Obama contra o golpe. Mais do que noutros pontos do mundo, gerações e gerações conheceram aqui os comportamentos do vizinho do norte e as suas responsabilidades no atraso, nas desigualdades, nos breves períodos de alguma democracia e em genocídios. Naturalmente que a sua eleição criou positivas expectativas. Mas comportamentos como este estão a esfumá-las.

E não venham com aquelas estórias das carochinhas de o golpe ter sido só dos sectores "mais conservadores" do Pentágono, da CIA, de embaixadores que foram longe de mais, de uma cotovelada de Hillary a Obama ou ainda que Obama...não tinha sido informado.
Obama parece estar a optar por entregar o ouro aos bandidos e estimular a criminalidade...
Como dizia ontem Fidel, este é um perigoso precedente. Os povos e as instituições estão atentos. E Obama ainda tem tempo para emendar a mão. Se não, solta os gorilas e tem também o destino traçado.

Beleza adormecida, de Teresa Dias Coelho







sexta-feira, 10 de julho de 2009

Frase de fim-de-semana, por Jorge


Mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão


provérbio chinês

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sexta feira na Costa Rica encontro entre Zelaya, Oscar Árias e o presidente fantoche saído do golpe militar









Inquestionàvelmente ligada à iniciativa da administração Obama, vai realizar-se na 6ª feira em S. José da Costa Rica um encontro entre entre Zelaya e o presidente fantoche saído do golpe militar.
Não é um encontro com iguais motivações por parte de quem o inspirou e de quem nele vai participar.
Manuel Zelaya tem atrás de si o seu povo, que continua firmemente, na rua a exigir o seu regresso e resoluções inequívocas de organizações regionais e da ONU. Para ele, que não quer defraudar o seu povo, e não irá negociar nada e tão só programar a saída do governo saído do golpe: “A restituição da presidência da República e a democracia não se negociam. Não vou trair os meus principios nem os do povo que está a lutar pela democracia”.
Micheletti não quer isto e procura um entendimento que seria o reconhecimento das motivações e os resultados do golpe.
Oscar Árias é muito sensível à posição dos EUA, é contraditório nas expectativas quanto aos resultados da reunião que, se não levar à recondução de Zelaya, ele o afirma, levará a que a Costa Rica corte relações com as Honduras.
Obama tem sido acusado de ter estado por detrás ou ter permitido pela inacção que o golpe se desse. Os interesses de multinacionais norte-americanas no país, o papel da base militar como linha de comando efectiva dos dirigentes do exército, o estatuto adquirido pelo embaixador norte-americano na vida interna, o conhecimento anterior dos planos do golpe e dos encontros entre o embaixador e os futuros golpistas, não permite conferir credibilidade à condenação do golpe de Estado feito no dia seguinte.
Obama quer um Zelaya diminuído polìticamente e talvez fazer deste caso um exemplo a seguir para a América do Sul, onde nos últimos anos os EUA viram pràticamente o vínculo incondicional por parte desses países. As semelhanças com tentativas de golpes falhados em alguns delesindicia a existência de uma linha comum de intervenção.

O Público e os acontecimentos na China

1. Se quiser ficar desinformado com o que se está a passar na região autónoma de Xinjiang, leia no Público de hoje um pretenso dossier "Perguntas e respostas - o que se está a passar em Xinjiang?"
A própria estrutura deste tipo de dossiers é cozinhada algures para transformar coisas complexas em evidências de glossário. De uma forma concentrada, pode aí encontrar as linhas de desinformação que encontra noutros grandes media no país e no estrangeiro. Sem trabalho próprio, sem recurso a repórteres independentes, sem alusão a visões alternativas, sem identificação das fontes, sem consulta à impresa e TV da R. P. da China. Com um alinhamento condescendente com crimes já praticados e simpatias por actos terroristas, separatistas e fundamentalistas que se casam com as actividades de uma figura apresentada de forma apologética, Rebiya Kadeer, presidente do Congresso Mundial Uighur e da Associação Uighur Americana (!). Com a insinuação de que os 156 mortos resultantes da barbaridade dos "manifestantes pacíficos" de dia 5, instigados pela Sra. Kadeer, foram feitos pelas autoridades (!!!).

O Publico aceita, assim, ser promotor de um péssimo jornalismo, desligado de preocupações deontológicas básicas.

2. No passado dia 28, numa fábrica de uma província do sul da região autónoma de Xinjiang, a acusação posta a circular na net de que duas trabalhadoras tinham sido violadas por trabalhadores uighurs, terá estado na origem de confrontos na fábrica em que foram mortos por outros trabalhadores dois colegas seus desta etnia.

A partir daqui os canais de comunicação orientados pela Sra. Kadeer, admiradora e seguidora do ainda Dalai Lama, sucederam-se os seus apelos incendiários, e no dia 5 deste mês juntou-se nas ruas da capital da região, Urumqi (3,5 milhões de habitantes) uma multidão que varreu parte da cidade matando, queimando e destruindo em termos que observadores locais consideram de uma ferocidade e barbaridade inimagináveis. Várias fotos que apresentamos são ilustrativas disso.

Nem alguns destes factos nem o progresso económico e êxito da política inter-étnica na região autónoma, que as autoridades chinesas invocam, posso subscrever sem mais e mais diversificada informação. Já sobre a história da Sra. Kadeer e a tentativa de cenas idênticas quando dos Jogos Olímpicos, em Pequim, os factos são públicos. A Sra. Kadeer estava entre os dez empresários mais ricos do país e era a mais rica da região autónoma. Desempenhou funções institucionais importantes. Uma vasta fraude fiscal levou-à prisão e em 2005 saiu para os EUA, invocando um segundo casamento, onde passou a ter papel activo nas referidas duas associações que criou no tempo de Bush.
Ontem as autoridades já teriam feito cerca de mil e setecentas prisões.

Se o Público não disponibilizar estes elementos (mas não apenas estes...) aos seus leitores estará a manipular a opinião de terceiros com fins inconfessáveis, e precisamente no dia em que o presidente chinês iniciava a sua visita a Portugal, que acabou por desmarcar devido a estes graves distúrbios.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Site provisório do governo de Honduras no exílio

O governo de Zelaya deposto pelo golpe de estado do passado dia 28 tem um site que poderá consultar para além do noticiário internacional de origens diversas. É o

http://www.guaymuras.net/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Disparos dos golpistas matam hondurenhos que esperavam Zelaya, que foi impedido de aterrar no aeroporto de Tegucigalpa

Passei uma boa parte do dia a percorrer on-line agências noticiosas ou as emissões de canais de TV por satélite.
Não pude deixar de me emocionar com a gesta heróica das dezenas de milhares de hondurenhos que, de peito aberto, e sem reagirem a provocações, sofreram dois mortos, feridos não contabilizados e cerca de seiscentas prisões.

Para o acto heróico também de Zelaya que, num avião venezuelano, conduzido por pilotos venezuelanos, saído de Washington, depois de inexplicáveis razões que atrasaram, a sua descolagem, acompanhado pelo presidente da AG das Nações Unidas, Miguel d'Escoto e o seu médico, voou para o seu país e sobrevoou várias vezes o aeroporto onde disse que aterraria.

A TelesurTV, que com o jornal espanhol Publico, mais corresponderam ao interesse mundial de a operação ser seguida minuto a minuto, deram todas as notícias. A incrível intervenção da Igreja hierárquica em apoio ao golpe de Estadop e antecipando um "banho de sangue" se Zelaya regressasse. O fim da reunião na embaixada do Equador, em Washington, em que participaram os presidentes das Honduras, da Argentina, do Equador, do Paraguai, o presidente da AG das N. Unidas e o secretário-geral da OEA. A divisão do grupo por dois aviões. Um com Zelaya, como referi, outro da Presidente da Argentina com os demais. O primeiro a rumar para as Honduras. O segundo para Salvador, a menos de 30 minutos das Honduras, onde este grupo acompanhou os acontecimentos.


Micheletti a propôr um diálogo "sério" para ganhar tempo para, logo depois dizer que nunca seria com Zelaya.
A Cubavisión Internacional ia-se referindo às intervenções dos delegados na reunião da OEA de anteontem, em que Zelayo participou. Todas significativas. Foi particularmente importante a de Cristina Kichner, presidente da Argentina.

Depois foi a espera das 4 horas e meia de voo. A multidão, empurrando exército e polícia, sem violência, até ao aeroporto, cercado, onde centenas de militares e dezenas de carros militares se colocaram dentro e fora da pista (foto). Os disparos que mataram 2 jovens (um na foto). A carga do exército sobre os manifestantes. O comandante da polícia a retirar as suas forças, aparentemente, por ter discordado dos disparos. Alguns dos maiores empresários do país, referenciados como financiadores do golpe militar a reunirem na casa dum deles e fazendo chegar alo "presidente" Micheletti, uma proposta de intermediação, aparentemente, contemplando o regresso de Zelaya, que o regime dos gorilas terá de imediato recusado. E de novo a Igreja a dizer que não tinha havido mortes...O avião de Zelaya a sobrevoar várias vezes o aeroporto (ver foto). Os carros militares a ocuparem a pista e a tropa também, deitada, em posição de combate. A torre de controlo a ameaçar intersectar o avião. O comandante do avião e Zelaya a falarem ao telefone com os repórteres da Telesur, que fizeram um excelente trabalho, sempre em directo, acompanhado pelas notícias do Público espanhol on-line...
A decisão era inevitável face a esta atitude dos golpistas. Zelaya dirige palavras aos hondurenhos, ruma a Manágua e depois para Salvador onde conferencia com o grupo para definir os passos seguintes, dentro das deliberações que a OEA definira na véspera, por unanimidade e aclamação.
Um elemento final. A vergonha da CNN claramente com os golpistas. O cerco informativo nas Honduras com os jornais e televiões permitidas a fazerem o mesmo. Um grupo de fascistas desafia o seu total isolamento internacional, com o apoio desta artilharia pesada...
O povo hondurenho, com tantas limitações à sua intervenção, merece a profunda simpatia de todos nós e que o continuemo a apoiar como a Zelaya nos próximos dias. Hoje incluído.