sábado, 29 de novembro de 2014

Segundo o jornal Publico (de Espanha!...)

Público.es

El PCP es la formación más joven del Parlamento de Portugal. Alejado de las salpicaduras de la corrupción y con un perfil y un discurso tradicional, se postula como receptor de parte del voto de castigo contra la austeridad y los recortes

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pintura a óleo de Álvaro Cunhal

Pintura em madeira do projecto 6 de  "Eu gostaria de saber pintar"



O poder económico tomou conta do poder político mas os portugueses tomarão conta de ambos

No país e em Bruxelas assim um poder tomou conta do outro.
Mas nem todo o poder político, nem todos os partidos assim o quiseram e nele se refastelaram, atascados em maus e péssimos comportamento
Se estes episódios e períodos negros já se verificaram noutros momentos da nossa história, também é certo que foi possível reconstruir ambos os poderes em nome do desejo popular e da dignidade nacional.
Por aí vamos e venceremos!




domingo, 23 de novembro de 2014

Os portugueses e a sobrevivência do regime democrático

As questões do anterior Primeiro-Ministro que se arrastam há anos, a prisão de altas figuras do Estado envolvidas em actos de corrupção nos casos dos vistos Gold e as trafulhices imobiliárias que acarretaram, o  afundamento de Ricardo Salgado e do BES - e por aqui me fico -  para além da exibição  de  mordomias, riquezas, e intolerâncias por parte de banqueiros, administradores de empresas, e titulares  de ex-titulares de cargos de soberania, com o silêncio de um PR que não questiona, não alerta, não tendo um rebate de consciência a transmitir aos portugueses, que o implica neste pântano, coloca-nos a todos perante uma questão central.

Ao contrário do que muitos papagaios têm vindo a defender, não é o "regime" que está em causa. Isso era o que eles queriam!..  tal como o querem ao atribuir as causas desta pântano que dura há décadas a uma "classe política" em que caberiam todos..   já falaram na revisão das leis eleitorais para aproximar (grande hipocrisia!) eleitos dos eleitores...e por aí forma vão, atribuindo as responsabilidades à Constituição que aprovaram


O que importa ter em conta é que a política de direita que tem sido seguida há dezenas de anos,  e  cujos  protagonistas têm sido o PSD, CDS e PS, é que cria as condições para a corrupção, o tráfico de influências, o branqueamento de dinheiro, vindo de actividades ilegais, a atribuição de empregos no Estado de amigos dos decisores, etc.

Enquanto isto se dá  os trabalhadores, reformados, doentes graves, as crianças e a sua alimentação, vida familiar e educação, aumentam o sofrimento que é maior para quem menos tem.

É pois contra este governo e contra a política de direita que a luta não pode parar.
Entretanto deixemos a justiça funcionar.



Frase de fim-de-semana, por Jorge











"A metafísica é uma consequência 
de se estar mal disposto."
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
na Tabacaria (1928)

As pontes são laços

Para a Isabel

As pontes são laços de duas partes
Que se juntam e assim ficam.
As ondas de um lado suspiram
E as do outro lado entendem-nas.

São desamores, por vezes
Mas a água vai passando
E recria laços que parecem perdidos
Recriando a alegria e o encantamento.

Afinal a água é simples, tão simples
Como o amor dos que passeiam na ponte.

Amor que é a ponte mais bela
Que junta as margens de dois seres.


domingo, 9 de novembro de 2014

No olho da tempestade, por José Goulão em Bruxelas e Pilar Camacho no Luxemburgo, 7 Nov

O  arranque de Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão Europeia foi comprometedor e agora tornou-se penoso com a divulgação do escândalo sobre benefícios fiscais dados pelos seus governos no Luxemburgo a monopólios transnacionais enquanto os cidadãos europeus penam com as de austeridade.
Segundo o consórcio internacional de jornalistas ICIJ, os governos do Luxemburgo presididos por Jean-Claude Juncker, que ao mesmo tempo era presidente da Zona Euro, negociaram taxas fiscais anuais ínfimas, da ordem dos 2% mas que em alguns casos foram mesmo de 1%, com grandes empresas transnacionais como o IKEA, a Amazon, a Pepsi, o empório norte-americano de Tabaco British American Tobacco, a AIG, o Deutsche Bank, enquanto a taxa fiscal no país é de 28,6%. Os jornalistas baseiam a sua denúncia em milhares de documentos que podem ser consultados no dossier que elaboraram. Segundo essas fontes, os enormes benefícios fiscais estão contidos em pelo menos 548 acordos envolvendo no mínimo 340 empresas, entre as quais a maioria dos nomes sonantes que acumulam lucros fabulosos e figuram entre os que tiraram maiores proveitos com a crise em que sobretudo a Zona Euro está mergulhada.                                                                                                                                               . As primeiras reacções de Juncker “são catastróficas”, diz-se no interior da Comissão, onde os eurocratas da nova equipa ainda estão a instalar-se. O facto de a sua porta-voz, Margaritis Schinas, se ter escusado a comentar o assunto e também o cancelamento da presença do presidente da Comissão num seminário ironicamente dedicado “ao futuro da Europa”, foram as piores reacções que o ex-primeiro ministro luxemburguês poderia ter. A porta-voz limitou-se a declarar que “o Sr.  Juncker está muito tranquilo”. Formalmente, o presidente da Comissão Europeia fez saber que não será ele próprio a investigar o assunto, mas sim a comissária da Concorrência.                                                                  

“Isso é um formalismo para pacóvio consumir”, revela a título particular um alto funcionário da Comissão. “É óbvio que o Sr. Juncker será juiz em causa própria e tudo fará, como os primeiros indícios desde já revelam, para fazer crer que os negócios de que beneficiam as grandes empresas estão previstos nas leis e cumprem a preceito as normas da concorrência, tratando-se tão somente de uma questão de competitividade”, acrescenta o alto funcionário                                                                                                                         

“O Sr. Barroso deixou a presidência da Comissão a contas com um problema mal explicado, e ainda em averiguações, de submissão a lobbies tabaqueiros; e agora entra o Sr. Juncker trazendo para o interior das instituições europeias um problema gravíssimo de desequilíbrio entre as vantagens das empresas e os sacrifícios exigidos aos cidadãos. Depois admiram-se de que as pessoas não se revejam na Europa”, afirma ainda o alto quadro da Comissão Europeia.                                                                                             

No Luxemburgo as opiniões dividem-se. O sucessor de Juncker na chefia do governo, o liberal Xavier Bettel, garante que os acordos “respeitam as normas nacionais e internacionais” e que o seu executivo “está comprometido com a equidade”. Nicolas Mackel, chefe executivo da Luxembourg for Finance, limita-se a argumentar que “o sistema de impostos no Luxemburgo é competitivo”.                                                          

“Nós, os que trabalhamos no duro, é que não conseguimos benefícios desses, não há competitividade que nos valha”, argumenta Isabel Marques, imigrante portuguesa há mais de 20 anos que começou nas limpezas e que “mal consegue ir equilibrando o barco” com o seu pequeno estabelecimento. “Impostos, impostos e mais impostos, exigências e mais exigências, lá fora diz-se que os nossos salários são elevados, e são se os compararmos com os de outros países, mas os impostos que nos sugam também não têm comparação; e a nós, os pequenos, os imigrantes, não nos fazem acordos para pagar 2% de impostos”, acrescenta Isabel.                                                                                                                   

Em Bruxelas, na quinta-feira, uma gigantesca manifestação sindical e popular surpreendeu mesmo os mais cépticos. Pela primeira vez a polícia esteve de acordo com os organizadores em calcular as presenças em cerca de 100 mil.                                                                                                                                               

“Estamos aqui para exigir ao primeiro-ministro Charles Michel, por exemplo, que corte nos benefícios às grandes empresas, nas mordomias financeiras e não nos nossos salários e direitos”, desabafou Martha lamentando “a brutal perda de poder de compra que nós os belgas estamos a sofrer como em tantos outros países”.                                                                                                                                  

“E se esta mobilização não der os resultados que exigimos avançaremos para a greve geral em 15 de Dezembro”, acrescentou a jovem mãe de família:                                                                                 “A Europa está a ser governada por um bando de gente sem moral trabalhando apenas para os lucros das grandes empresas sem pátria e para as mafias financeira, enquanto explora os cidadãos sem dó nem piedade”, de acordo com Joseph Ackerman, cidadão alemão que trabalha na capital belga. “Quer coisa mais revoltante”, perguntou, “do que saber que um grupo como o Deutsche Bank, que é um sustentáculos da política que Merkel impõe a toda a Europa, sobretudo aos mais pobres, beneficia de impostos inferiores a 2% negociados com o governo do Luxemburgo? Isto é legal? Nada disso: isto é uma burla, e das grandes… E o que faz a polícia?" - prossegue Joseph no caminho das interrogações. "O que está a ver-se: carrega sobre os manifestantes enquanto os verdadeiros, os grandes criminosos estão à solta e muito bem na vida". 

sábado, 8 de novembro de 2014

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Goodness without wisdom
always accomplished evil."

 "A bondade insensata
deu sempre para o mal"
Robert A. Heinlein
escritor de ficção científica americano
1907-1988

Estes dias que também são nossos, por A. Abreu



  • Os grandes media calaram-se quanto vôo MH17.Porque depois da acusação desferida por Obama de que tinham sido os rebeldes de Donetz a fazê-lo. As autoridades dos países Baixos para as quais seguiram as caixas negras não violadas, referiram impactos de projécteis pouco compatíveis com disparos de terra. A direcção do Sindicato Russo dos Engenheiros identificou o tipo de metralhadora que o poderá ter feito a partir de um avião que voasse próximo (vários radares desse dia revelaram a presença de um caça que veio desde a Ucrânia a acompanhar o avião de passageiros. Finalmente, o Ministro dos Negócios dos Países Baixos, deu conta de que um dos passageiros trazia a máscara de oxigénio colocada, o que não se compaginava com um ataque por mísseis.
  • Um alto quadro da UE confidenciou aos jornalistas que investigaram o escândalo do Luxemburgo-paraíso fiscal: “O Sr. Barroso deixou a presidência da Comissão a contas com um problema mal explicado, e ainda em averiguações, de submissão a lobbies tabaqueiros; e agora entra o Sr. Juncker trazendo para o interior das instituições europeias um problema gravíssimo de desequilíbrio entre as vantagens das empresas e os sacrifícios exigidos aos cidadãos. Depois admiram-se de que as pessoas não se revejam na Europa”, referiu a rematar. Nas primeiras reacções de Jean-Claude Juncker às afirmações que o colocam como autor desta imensa fraude fiscal manifesta-se uma evidente incomodidade com o ocorrido e agora denunciado. Juncker à frente da Comissão Europeia perdeu. Há que agir em conformidade, e não esquecer que aquilo em que assenta a UE só permite desempenhos destes. Há que mudar muita coisa a começar pela reestruturação da dívida ( prazos, montantes e juros).
  • Os EUA continuam com bombardeamentos a infraestruturas da Síria, prosseguindo o objectivo de derrubar Assad. As acções contra o ISIS são inventadas e a estimativa feita pelos americanos dos imensos recursos obtido pelos terroristas é exagerada e procura esconder os vultosos donativos da Arábia Saudita, Qatar e outros países do Golfo feitos ao Estado Islâmico.
  • Grande alarido dos media a propósito dos 25 anos do derrube do muro de Berlim. Então e os outros muros construídos pelos EUA na fronteira com o México e por Israel com a Palestina não são muros de vergonha?
  • Petróleo, Timor, EUA, Austrália, assessor governamental americano, passado do governo de Xanana, acusações destes de corrupção contra juízes e do comandante da PSP, também já expulso, acusando de corrupção Xanana e o seu governo.
  • O mais que provável resultado da "consulta"  de amanhã na Catalunha irá revelar a vontade esmagadora dos catalães pela independência. Assunto importante a seguir este ponto alto de uma luta já antiga dos catalães.
  • Um dia será feito o balanço vergonhoso do tratamento mediático, contra a candidatura de Dilma,feito no "mundo ocidental" (incluindo a grande comunicação social portuguesa), das recentes eleições no Brasil. É, talvez, uma das maiores operações de mistificação e manipulação, alimentada por uma série de "casos" explorados perversamente nos últimos anos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Estes dias que são nossos, por António Abreu

A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), histórico partido de Timor-Leste, exortou na passada terça-feira o Governo e o primeiro-ministro Xanana Gusmão a “não ultrapassarem os limites da sua competência no sector” da Justiça.Após uma reunião da sua comissão política nacional, realizada na sequência da expulsão de magistrados estrangeiros de Timor, entre os quais se encontram sete portugueses, a Fretilin emitiu um comunicado em que afirma que o primeiro-ministro e o Governo não devem tomar decisões “que contribuam simplesmente para inibir os profissionais de Justiça e criar conflitos institucionais”O partido liderado por Mari Alkatiri, antigo primeiro-ministro, faz ainda um "veemente apelo ao Presidente da República no sentido de assumir as suas funções de garante da Constituição e do normal funcionamento dos órgãos de soberania e das instituições do Estado". A Fretilin, o único partido com representação parlamentar de oposição ao Governo de Xanana, exige também que o Parlamento "pare de pretender deliberar sobre questões" para as quais não tem competências, conforme previsto na Constituição do país.
  • Pires de Lima ensandeceu! Ou acha que tem graça. Sobre os apoios do Banco de Fomento às PMEs já disse que ele não vai fazer milagres...É a política que fazem mas também tais atitudes que confirmam que este governo já devia ter ido andando.
  • O Deutsch Bank,  o Carslile, e outras 4 empresas multinacionais que operaram em Portugal, levaram os lucros para o Luxemburgo e não pagaram os impostos devidos em Portugal. O governo tem aí campo para obter receitas adicionais para aplicar nas áreas sociais, salários e pensões em 2015.
  • Mário de Carvalho lançou ontem um livro que não é apenas mais um porque é muito diferente. Ontem cerca de uma centena de amigos e leitores estiveram no lançamento. Rui Zink fez uma muito bem elaborada apresentação do livro com o bom-humor que lhe é característico. O editor Manuel Alberto Valente sublinhou que não teve dúvidas há ano e meio quando MdC lhe expôs a idéia de ser um livro diferente e lhe respondeu "Avance!". O autor, referindo que é o mais premiado em Portugal, referiu que os media querem ignorá-lo devido às suas posições polítcas e ideológicas...´
  • Os russos vêm Aí! É o regresso à sátira norte-americana contra os que alimentavam a guerra fria com medos despropositados. Desta vez foram os nossos F-16 que interceptaram um bombardeiro fora da zona aérea nacional (vai até aos 10 mil m, enquanto o avião iria nos 15 mil. E depois a Marinha reconduziu um navio hidrográfico russo para fora da nossa ZEE. Então o Sr. Ministro não nos fala  das centenas de atravessamentos feitos nestas áreas por países da NATO? E que o seu gabinete não viu importância em assinalar...Será que a Rússia já não é "país amigo"? E se já não é quem o decretou? O nosso parlamento? o nosso governo? E quem nos resta como "amigos"? Os países da NATO?
  • O presidente do BIC, Fernando Ulrich, disse estar de acordo com o PCP em que o BES fosse nacionalizado. A vêr vamos o que o homem quiz dizer com isso...




"Se disser o contrário é porque tem razão - Guia prático de escrita de ficção", novo livro de Mário de Carvalho

Nos primeiros parágrafos o autor escreve


«Fervilham por aí uns livros ditos de auto-ajuda que pretendem ensinar os novos autores a escrever. Instalou-se uma movimentada indústria conselheiral, popular e cansativa. De uma forma geral, esses livros são inofensivos. Mas não poucos abusam da benevolência e boa-fé dos principiantes. Assertivos, peremptórios, simplificadores, seguem os princípios da linguagem publicitária. É próprio de quem pretende ganhar dinheiro à custa do desembolso dos outros. Muitas vezes começam pelo auto-elogio. Fiz e aconteci, vendi tantos e tantos exemplares, estive em tal ou tal sítio, fui elogiado por A e por B, conferenciei no Gabão, etc… Música celestial. Vai-se ver e a obra produzida é mole, clandestina e insignificante. O alarido autopromocional é sinal quase certo do palco trampolineiro. Os elogios na epígrafe ou na contracapa lembram os testemunhos dos doentes curados acerca do elixir milagroso.
Pretende-se dar a impressão de que todos estes temas e procedimentos são simples e redutíveis a definições, chavetas e listas. No entanto, o leitor facilmente se aperceberá, se não lhe interessar a banha reptilária, que a maioria das matérias de que vamos ocupar-nos dava, em si, para um livro. Algumas, até, para bibliotecas. No meu caso, aposto que depois deste volume impresso me hão-de ocorrer mais coisas. Faltar-me-á aprender muito mais do que nele se contém."