sábado, 30 de junho de 2012

A derrapagem do deficite e a cimeira da UE

Nos últimos dias, os números da despesa e receita afectaram negativamente o déficite orçamental que estava previsto  ser de. Nem outra coisa era de esperar quando aumentaram despesas dos empréstimos e respectivos juros, da segurança social decorrentes dos problemas sociais que se vão agravando, e se reduziram as receitas fiscais decorrentes do aumento do desemprego, da redução dos rendimentos, do encerramento ou redução de actividade das empresas e quando o aumento de exportações não se traduz só em receita mas despesa devido à necessidade que as empresas terem de importar componentes e matérias primas.  
Como salienta Octávio Teixeira nesta passada 4ª feira no J. de Negócios, "as políticas de austeridade, geradoras de recessão económica, de aumento do desemprego e de redução dos rendimentos, provocam a diminuição das receitas fiscais e contributivas e o consequente aumento do défice e da dívida em percentagem do PIB".
Quando o Primeiro-Ministro e outros membros do governo insistem em não se afastar dos objectivos que definiram em matéria de "memorando com a tróika" (pacto de agressão).
Os mecanismos de estabilização financeira de correntes da decisão desta última cimeira da UE, levando à recapitalização dos bancos por mecanismos europeus tem a vantagem de retirar do déficite de cada país (o nosso país com a recapitalização que está a proceder na banca não está por isso abrangido).empréstimos à banca mas coloca a banca ainda mais fora do controlo nacional, criando uma "união bancária"com o risco de reduzir a zero os apoios desta à actividade económica. 
A decisão ainda de atribuir 120 mil milhões de euros de empréstimos ao crescimento, nomeadamente às PMEs dos países com maiores dificuldades será aplicável em Portugal? E quais os valores, prazos de pagamento e juros vão ser aplicados?
A idéia criada de que esta cimeira foi uma vitória da França e da Espanha sobre a Alemanha é enganadora.
Poderemos estar, sim, à beira de uma fuga para a frente que aprofunde a federalização da UE e a perda de restos de soberania de cada país. E isto quando todos os especialistas mundiais da economia salientam que a crise europeia vai demorar um longo período de tempo a ser ultrapassada e que a "volatilidade" dos mercados financeiros (perante os quais Presidente da República, Primeiro-Ministro e PS insistem em que temos de nos apresentar com credibilidade...) vai condicionar as hipóteses de crescimento que resultem exclusivamente do investimento estrangeiro.

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