sexta-feira, 29 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sem comentários...

FMI: estamos todos obrigados? Não, há outros caminhos

O recurso a um outro tipo de comemoração institucional do 25 de Abril contribuiu para alimentar grandes equívocos sobre o nosso futuro próximo e as responsabilidades de cada um..
O apelo dos quatro Presidentes da República, eleitos pelos portugueses depois do 25 de Abril, foi convergentemente claro.
Há que nos unirmos em torno do combate em relação à crise, disseram eles. Sem se esquecerem de acrescentar que esse "combate" era a concordância com o que saísse das negociações do governo com a troika, ou seja com o FMI, a CE, e o BCE.
Nenhuma hipótese alternativa de "combate" foi colocada, mesmo por Jorge Sampaio que, enfatizando o que já dissera antes de que havia outras coisas além do deficite, se limitou a referir o que o secretário-geral do FMI também diz por outras palavras. FMI que muito boa gente anda a dizer que já não é o "papão" de outrora, numa negação cega e sectária do que aconteceu recentemente com a Grécia e a Irlanda, exactamente com a mesma troika...
Na transmissão da cerimónia pela RTP-1, a jornalista de serviço, com ar triunfal rematou "agora todos os partidos estão obrigados a convergir...". Se o PCP e o BE não aceitaram participar nas reuniões "faz de conta" com a troika, logo Mário Soares disse que "ficam de fora, não contam"...O mesmo Soares que, sendo o único dos quatro com cravo ao peito, certamente em nome da "convergência" fez duas diatribes anticomunistas. Lembrei-de da canção do José Barata-Moura "cravo vermelho ao peito, a todos fica bem,, sobretudo dá jeito...".
A troika vem impor-nos, para nos emprestar dinheiro, e depois o recolher com juros confortáveis, uma série de medidas anti-sociais de peso. E procura a unanimidade...Compreende-se mas é um passe muito manhoso, convenhamos, este de pôr todos, de repente, de acordo com o que tem sido o núcleo duro das políticas do PS, PSD e CDS desde há35 anos...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo..."

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sempre!...

A referência das aspirações dos mais ou menos jovens, nascidos antes ou depois da Revolução, ao 25 de Abril adquire uma multiplicidade de sentidos.
O período revolucionário foi muito curto. A identificação do poder com parte importante da população portuguesa realizando mudanças históricas durou pouco tempo.
Mas o que ficou nas consciências de quem o viveu e se manteve como referencial de aspirações de novas gerações, renovando-se sempre como orientação a prosseguir, foi a conquista das liberdades, a libertação dos presos políticos, o fim da repressão e do fascismo, um povo unido em torno de ideais e realizações, a liberdade sindical, a valorização dos trabalhadores, das suas condições de trabalho e de qualidade de vida, o fim das guerras coloniais, a grande empatia entre o povo e os militares revolucionários (MFA).
São valores que sobrevivem às tentativas de fazer esquecer a história.
E que em dias de ingerência externa, no que resta da nossa soberania, se tornam mais fortes para dar força a alternativas políticas que acabem com o mais do mesmo, com as inevitabilidades e com  a sujeição dos partidos políticos que têm ocupado o poder, que uma vez mais nos convidam à genuflexão e a maiores desigualdades
No dia 25 estaremos na rua e voltaremos a estar no 1º de Maio.
De novo se verificará quem manteve apurado o sentido da história e o isolamento dos que o têm tentado riscar da memória e das aspirações.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A rosa socialista na lapela do FMI

Apontado como candidato do PS nas futuras eleições francesas, Dominique Strauss-Kahn (o senhor DSK) foi eleito director-geral do FMI em 2007.
É um dos socialistas franceses que passaram a fazer parte de organismos internacionais, vinculados à estratégia dos EUA.
Não terá passado desapercebido que há dias, quando o FMI chegava a Portugal, ele se tenha mostrado dorido com a globalização geradora de tantas assimetrias e alertanmdo que as "ajudas" do FMI deviam contemplar também o relançamento da actividade económica.
Trata-se de um homem educado e culto.
No entanto é, desde há muito, um homem estreitamente ligado aos EUA, como revelou Thierry Meyssan na voltaire.net.org há cerca de dois anos.

Por detrás da democracia norte-americana, o "estado profundo"...

O Professor Peter Dale Scott traça a história do "Estado profundo" dos Estados Unidos, ou seja, a estrutura secreta que conduz a política externa e de defesa para além da aparência democrática. Este estudo é uma oportunidade para destacar o grupo que organizou os atentados de 11 de Setembro e que se financia através do mundo no tráfico de drogas. Este livro de referência já é hoje recomendado em academias militares e diplomáticas.

Peter Dale Scott
                                                       em entrevista em 5 de Abril para a voltairenet.org

A China e os objectivos da NATO em relação à Líbia

A razão pela qual as forças da OTAN, lideradas pelos EUA, estão decididas a projetar uma mudança de regime na Líbia está agora a tornar-se clara.
Enquanto jornalistas especializados e analistas políticos ainda discutem sobre se os grupos rebeldes da Líbia estão realmente a ser apoiados e dirigidos pelos EUA, o Reino Unido e os serviços secretos de Israel,  os objectivos da política ocidental para com a Líbia estão a ser completamente ignorados. Basta ler os briefings estratégicos nos documentos AFRICOM EUA para compreender o que se joga na Líbia: o controle de recursos valiosos e o afastamento da China do Norte de África (por causa do petróleo).
Quando os EUA formaram o AFRICOM, em 2007,  49 países assinaram a Carta militar dos EUA para África, mas um país  recusou-se a fazê-lo: a Líbia. Este acto tão "traiçoeiro" do líder líbio Moummar Kadafi  as sementes para um futuro conflito em 2011 estavam lançadas à terra.
NATO: Reduzida a uma mera força de segurança privada para oeste interesses corporativos. Segundo o ex-funcionário do gabinete de Reagan Dr. Paul Craig Roberts, a situação com Kadafi é muito diferente de outros recentes protestos no mundo árabe. "Porque é que a NATO está lá?" Esta tornou-se a verdadeira questão, diz Roberts, que teme que este envolvimento de risco, decorrente da influência norte-americana, possa levar ao ponto de ruptura catastrófica na Líbia.

Paul Craig Roberts
8 de Abril de 2011 na Global Research

Bancos centrais de outros países financiam a expansão militar norte-americana no mundo

Grandes quantidades de excedentes de dólares estão a ser derramados no resto do mundo.Os bancos centrais têm reciclado estes afluxos de dólares com a compra de títulos do Tesouro dos EUA, que servem para financiar o défice do orçamento federal dos EUA. Subjacente a este processo está o carácter militar do défice de pagamentos dos EUA e do défice do orçamento federal interno. Por mais estranho que possa parecer, e irracional como seria num sistema mais lógico da diplomacia mundial, a "inundação de dólares" é o que as finanças dos Estados Unidos estão a construir. Ela força os bancos centrais estrangeiros a suportar os custos do império  militar da América em expansão : uma tributação "eficaz, sem representação"...

Michael Hudson
13 Abril 2011, na Global Research

sábado, 16 de abril de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"A música não se pode explicar, explica-se com música."

Jordi Savall (músico e compositor catalão, 1941-),
JN 11/10/09

terça-feira, 12 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"Os grandes bandidos enforcam os mais pequenos."


Provérbio checo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Os crimes da NATO na Líbia, o governo que apoia integrado pela Al Qaeda e as mentiras da imprensa

1. A propósito da utilização contra a Líbia de mísseis de cruseiro com urânio empobrecido, o Professor Massimo Zucchetti, professor da Universidade de Turim em instalações nucleares, refere na voltaire net.org que o apoio militar da NATO aos revoltosos de Benghazi contra o ditador de Trípoli está a ser feito contra as populações civis. Em média, um em cada dez mísseis descontrola-se e cai aleatoriamente na zona alvo. Todos os mísseis, quer os que têm uma cabeça revestida de urânio empobrecido quer os que têm apenas os seus estabilizadores de urânio empobrecido, poluem a área. Assim, este supostamente bombardeio "humanitário" matará nos próximos anos milhares de civis com cancro.

Segundo o autor é importante, recolher dados e estudos - e há muitos - quanto aos efeitos sobre o homem e o ambiente das "novas guerras". Que concluirão que as armas modernas, de modo nenhum “cirúrgicas”, produzem danos inaceitáveis, particularmente a partir da primeira chamada guerra “humanitária” em 1991.
2. O responsável pela rede noticiosa onde este trabalho foi publicado há alguns dias, Thierry Meyssan diz que a primeira vítima de uma guerra é a verdade. As operações militares na Líbia e a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que serve como base jurídica à actual intervenção, confirma a regra. Ela foi apresentada ao público como uma necessidade para proteger civis, vítimas da repressão indiscriminada do Coronel Kadhafi. Mas na realidade encobrem objectivos imperialistas clássicos.
Os invocados “crimes contra a humanidade”, invocados pelas potências que atacam a Líbia para insinuarem um julgamento de Kadhafi no Tribunal Penal Internacional, não se baseia em evidências comprováveis desde o início do conflito armado. Os ataques contra civis não adquiriram dimensão expressiva de parte a parte. As cidades por onde o conflito passou estão quase sem ninguém e os que nelas se mantêm não são combatentes. Procuram continuar a sua vida. Estes circulam em pick-ups com anti-aéreas e metralhadoras pesadasHá, de facto, muitos mortos em combate das forças militares a Kadhafi e de militares que passaram a apoiar os rebeldes. A obtenção de armamento ligeiro e pesado por estes nos quartéis do exército líbio de que se apoderaram, passou a conferir-lhes, de facto, mesmo que com reduzido grau de organização e atitudes aventureiras, o estatuto de combatentes.
A “ajuda humanitária” que as forças francesas estão a realizar são um apoio a uma das partes da guerra civil. Os bombardeamentos ingleses, franceses e americanos a alvos do exército líbio são a mesma coisa. A conformidade destes actos com a resolução do Coselho de Segurança em que a Rússia e a China deixaram a porta aberta para a situação actual é mais que questionável.
O que está em curso é uma agressão bárbara à Líbia dos colonialistas ávidos de petróleo.
Os dois pesos e duas medidas com que tratam diferentes situações de países onde também existem revoltas populares (não armadas) como no Bahrein, no Iémen.
Se o objetivo era proteger as populações civis, a zona de exclusão aérea deveriater sido limitada aos territórios insurgentes (como havia sido feito com o Curdistão do Iraque). Mas o que está a acontecer é a balcanização da Líbia. E um retalhar de África também, já visível no Sudão e na Costa do Marfim.
3. Os responsáveis políticos desertores do campo de Kadhafi têm altas responsabilidades mas são eles que as potências atacantes impuseram como “governo alternativo” em Benghazi, não permitindo que outras correntes árabes anti-imperialistas e os comunistas assumam responsabilidades no seio da rebelião. Com eles estão antigos chefes militares líbios e responsáveis do LIFG.
De entre os combatentes, uns são desertores do exército líbio outros paramilitares do LIFG (Lybian Islamic Fighting Group), ligado à Al Qaeda, cuja rede funciona há anos como instrumento das intervenções dos EUA e da NATO, desde a intervenção soviética no Afganistão. Ligado à CIA e ao MI6 britânico, o LIFG tem um historial de acção na Líbia que passou pela tentativa de assassinato de Kadhafi em 1996. E a Al Qaeda, depois da guerra do Afganistão, apoiou o exército muçulmano bósnio, o exército de libertação do Kosovo apoiados activamente pelos EUA e a NATO.
O ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros líbio, Moussa Koussa, que há dias “desertou” era, por um lado responsável pelos serviços secretos líbios, responsável pelos crimes de que o “ocidente” acusa Kadhafi e, simultâneamente, há cerca de dez anos agente duplo recrutado pelo MI6. Apoiante da Al Qaeda, de entre outras facções do governo líbio, viabilizou a formação operacional do LIFG que, por sua vez, negociou com os ingleses a “fuga” de Moussa Koussa. A partir de 2009, com a formação de militares líbios em luta anti-terrorista pela CIA, a CIA penetrouo aparelho de estado líbio.
É através do LIFG que a formação militar dos revoltosos e o reforço do seu armamento se está a dar a partir da CIA e MI6.
4. A intervenção de regimes autoritários árabes como a Arábia Saudita ou o Qatar contra a vaga de revoltas populares no norte de África deu-se combatendo os revoltosos e apoiando “alternativas” saídas dos regimes contestados no sentido de lhes fazer perder o carácter revolucionário que poderia alastrar também dentro das suas próprias fronteiras.
5. Se não tivesse havido intervenção estrangeira na Líbia, Kadhafi já teria derrotado a sublevação na Cirenaica. Com ela, mantida neste nível, a situação ficará num impasse, arrastando-se o número de mortos. Se essa intervenção aumentar qualitativamente, em violação clara da resolução da ONU, as forças de Kadhafi poderão ser derrotadas.
Talvez isso justifique a recusa por parte do “governo” apoiado pela NATO da proposta feita pelos filhos de Kadhafi hoje para um cessar fogo e conversações para um governo de unidade nacional.
Governo esse apoiado e integrado pela estrutura líbia da rede da Al Qaeda...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Frase de fim-de-semana, por Jorge

"O homem pode fazer o que quer, mas não pode querer o que quer"


Arthur Schopenhauer (filósofo alemão, 1788-1860)