quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma candidatura imprescindível

Ouvi ontem Vitor Ramalho lamentar-se que o candidato do PCP não fosse outra pessoa, não necessáriamente do Partido, entrando naquela lenga-lenga pouco democrática de que tal opção carecesse de legitimidade, pelo que até levou um puxão de orelhas de Marias José Nogueira Pinto.
Não será Ramalho o primeiro nem o último a procurar que o PCP não tenha candidatos à mais alta magistratura do País, apesar de ser uma eleição unipessoal, não tenha direito a expressar nessas eleições os seus pontos de vista sobre o exercício das funções presidenciais ou que mantenham independente da decisão de outros o destino a dar às suas candidaturas...
Na apresentação da candidatura de Francisco Lopes, Jerónimo de Sousa explicitou a importância da candidatura do PCP ao referir que:

O PCP avança com uma candidatura própria às eleições presidenciais de 2011, que traduz as suas próprias ideias quanto ao papel e funções do Presidente da República e contribuirá para que seja assegurada na Presidência da República uma intervenção comprometida com a defesa e respeito da Constituição da República, liberta dos interesses e posicionamentos do grande capital.
Uma candidatura que estará inquestionavelmente vinculada aos valores de Abril, a uma democracia política, económica, social e cultural, a um Portugal soberano e independente. Uma candidatura comprometida com as aspirações dos trabalhadores, presente e solidária na sua luta por uma vida melhor e mais digna, portadora de um projecto de ruptura e mudança. Uma candidatura patriótica e de esquerda, coerente e determinada, dirigida aos trabalhadores, aos jovens, a todos os democratas e patriotas. Uma candidatura que assume plenamente o exercício dos seus direitos, desde a apresentação até ao voto, bem como as responsabilidades decorrentes da opção do povo português.

1 comentário:

Anónimo disse...

É certamente uma candidatura que preenche um espaço político que, sem ela, ficaria deserto nestas eleições. É, com toda a certeza, uma candidatura que trará para a discussão uma interpretação diferente dos poderes de intervenção presidencial perante os outros órgãos do poder. É também uma candidatura que, naturalmente, relembrará a todo o momento os direitos e garantias inscritos na Constituição, sempre tão esquecidos. E, last but not least, é uma candidatura que permitirá, a quem não se revê nos candidatos anunciados, demonstrá-lo através do voto.
É o candidato que, por isso, e não sendo eu militante do PCP, terá o meu voto, sem qualquer sombra de dúvida.
(E que ninguém me venha falar da esquerda dividida e outros blá-blá-blás, que em nada relevam numa primeira volta presidencial, como a Matemática facilmente demonstra)