sexta-feira, 30 de julho de 2010

México: emigração, militares e narcotráfico - 1ª parte

1.A aprovação pelo estado do Arizona de legislação anti-imigração, que não foi aceite por um tribunal mas que - a governadora já o disse – vai ser motivo de recurso, volta a trazer à luz do dia manifestações racistas e xenófobas, que não são exclusivas dos EUA em circunstâncias idênticas de outros países.

O desejo de conter os hispânicos porque podem tirar trabalho a americanos ou porque acedem à “sua” segurança social, por parte de camadas de americanos que estão numa debilidade crescente das suas condições de vida, não pode, como sabemos, pesar negativamente nos direitos dos mexicanos que emigram e contribuem nos EUA com o seu trabalho para a riqueza do país e com os seus descontos. Mesmo que estejam “ilegais”, ao que deve corresponder esforços para a sua legalização. Contenção para a sua entrada já existe muita através de um “muro da vergonha” de grande extensão. É preocupante o resultado de sondagens à escala da federação que apontam para essas medidas segregacionistas e racistas em todos os EUA e não só nos estados do sul. Outra razão poderá ser a extrema violência que se receia ser importada do México. Disso falaremos adiante.

2. A política neo-liberal do México provoca a fome e o desespero. Muitos dos que não tentam fugir são presa fácil para os cartéis da droga. Os investigadores têm apontado uma relação estreita entre o crescimento de gangs criminosos, a política neo-liberal e a repressão aos sindicatos e organizações sociais. A regressão do México dura de há 25 anos, tendo começado com a vitória fraudulenta de Carlos Salinas sobre Cuahtyemoc Cardenas e continua agora com nova fraude eleitoral de Calderon sobre Obrador. Neste período, Salinas assinou o tratado NAFTA que levou à bancarrota mais de 10 milhões de agricultores, camponeses e pequenos comerciantes. Nesse período emigraram do México 10 milhões de habitantes.

Nos últimos quatro anos mais de 25 mil polícias, soldados e civis, incluindo narcotraficantes foram assassinados. Calderón, que pretendeu militarizar o país, enviando 40 mil polícias para as ruas, não travou a violência e o México é hoje um narco-Estado e um Estado em vias de falhar. Mas os defensores da lei do estado do Arizona também não têm razão com o medo de, com os imigrantes vir a violência. Os estados que estão próximo do México, como o Publico referia na edição de ontem, não são inseguros. Pelo contrário.

3. Dois cartéis disputam p narcotráfico e trocam violências brutais. São os cartéis de Juarez e Sinaloa. Num combate em que o exército mexicano não é neutral. A hierarquia militar optou por combater os primeiros em favor dos segundos e os norte-americanos estão interessados.

Há quatro anos o jornalista Daniel Hopscker tornou público que num avião DC-9, registado numa companhia que numa dada altura já tinha dado como seu endereço o hangar da “Huffman Aviation”, a escola de pilotos do aeroporto Venice da Flóridano Arizona ou no sul do país. que treinou ambos os terroristas que que esmagaram os aparelhos que conduziam, onde,, onde se formaram como pilotos os dois terroristas que esmagaram os seus aviões contra o World Trade Center no 11 de Setembro, avião esse que se dirigia para os EUA, tinha sido o exército mexicano encontrara 5,5 toneladas de cocaína. Mais recentemente a revista “Wachovia’s Drug Habit” revelou que os traficantes que tinham comprado esse avião terão comprado talvez uns cinquenta para enviar para dois bancos norte-americanos dinheiro em lavagem: o Wachovia e o Bank of America.

Por outro lado, neste ambiente de extrema violência, os EUA têm desenvolvido planos de ajuda ao combate ao narcotráfico com equipamento militar para o exército e polícia mexicanos. Os cartéis adquirem armas dessas nos EUA também.

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"Quem luta nem sempre ganha, quem não luta perde sempre"

anónimo
(desenho de Alvaro Cunhal)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Recordando Luís Corvalán


Reproduzo aqui o que o Avante escreveu aquando da sua morte há alguns dias.

Faleceu no passado dia 21 de Julho, aos 94 anos de idade, o ex-secretário-geral do Partido Comunista do Chile (PCC), Luis Corvalán Lepe. Nascido em Setembro de 1916 na cidade de Tomé, Corvalán trabalhou primeiro como professor primário e depois como jornalista nos periódicos comunistas Frente Popular e El Siglo.

Em 1932 ingressa nas fileiras do Partido Comunista e em 1947 conhece a sua primeira prisão na sequência da ilegalização do PCC, passando pelos campos de concentração de Pitrufquén e Pisagua.

Em 1950 é eleito para o Comité Central do Partido, órgão no qual se manteve até à data da sua morte. Em 1958 foi eleito secretário-geral do PCC, cargo que ocupou até 1989, quando foi substituído por Volodia Teitelboim, igualmente falecido recentemente.

Senador da República em dois mandatos, entre 1961 e 1973, colaborou intensamente com o presidente Salvador Allende. Depois do golpe militar fascista de Augusto Pinochet foi perseguido e, finalmente, detido e torturado nos cárceres da ilha Dawson, de Ritoque e de Três Alamos. Ainda na prisão, foi galardoado com o prémio Lénine para a Paz, em 1973.

Fruto de uma intensa campanha internacional e da acção diplomática da URSS, Corvalán foi libertado, em 1976, junto com outros 200 prisioneiros políticos chilenos, tendo-se exilado posteriormente na URSS.

Luis Corvalán deixa publicadas obras como «Ricardo Fonseca – Combatente exemplar» (1971), «Santiago-Moscovo-Santiago», «Uma vida de combate» (1997), «O governo de Salvador Allende» (2003) ou «Os comunistas e a democracia». À data da sua morte estava a terminar um livro de memórias.

No passado dia 6 de Junho, Luis Corvalán recebeu no Teatro Normandie, por altura do aniversário do PCC, a medalha Luis Emilio Recabaren, máxima distinção atribuída pelo Partido.

O corpo de Corvalán foi a enterrar sábado, 24, no cemitério geral da capital do Chile, Santiago.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ainda o Plano de Pormenor da Baixa Pombalina


Este Plano está em discussão pública até 15 de Setembro. Merecendo uma análise de técnicos ligados a este tipo de actividade, carece de um intervenção mais ampla, atendendo a valores que são caros aos actuais e futuros residentes e à população em geral e que não merecerão a mesma consideração por parte de alguns dos promotores dos processos de reabilitação que esta zona histórica poderá atrair.

Creio que todos deveriam ter em conta que há valores patrimoniais, cérceas, existência de equipamentos escolares, de saúde e outros centros sociais, novas condições de habitação e de vida colectiva e parqueamento que têm que ser equacionadas em conjunto porque nenhuma delas é independente das outras no que respeita à convergência de objectivos.

Nota-se após uma rápida leitura do regulamento que não estão contempladas questões básicas, que a legislação impõe, como a falta de uma Carta do Património que contivesse o conjunto dos elementos a preservar, mesmo que se prevejam recomendações técnicas que poderão não ter carácter obrigatório, a Carta de Equipamentos Escolares que, numa zona completamente consolidada, mas com algumas adaptações de usos contemplasse as escolas básicas e outras necessárias, o mesmo se dizendo uma Carta de Equipamentos Desportivos, uma Carta de Equipamentos Sociais e de uma Carta de Equipamentos Culturais. Ou a falta de uma paleta de cores. Ou ainda a falta de um plano

Por outro lado as peças desenhadas têm apenas carácter indicativo (não vinculativo), o que deixa indefinido o que se irá permitir em matéria de cérceas.

O emparcelamento tem um tratamento contraditório em dois artigos (11º 9., 23º 7.). Não estão definidos índices que balizem a volumetria e tipologias de alterações de fogos. Não estão previstas compensações (indemnizações) por eliminação de pisos, de actividades de vão de escadas.

Finalmente, não existe um plano de circulação viária e pedonal, de interfaces e de silos.
O repovoamento pode ser comprometido na medida em que nada se impede que a ocupação total dos vários pisos possa ser de comércio, serviços e escritórios. As alterações dos pisos térreos não deveriam pôr em causa vãos com moldura de cantaria originais e arcarias e abóbadas. A permissão da construção de estacionamento enterrado deveria apenas ser permitida em casos características e estruturas dos séculos XVIII e XIX.

A instalação de elevadores e extractores de fumo terá que conciliar-se com condições de salubridade nas divisões de habitação que têm janelas abertas para eles.

A utilização de painéis solares deve não apenas obedecer a considerações de custo benefício mas atender à imagem das coberturas da Baixa proporcionada por um vasto conjunto de miradouros que lhe conferem uma imagem identitária muito forte.
A consideração de novas edificações no quarteirão Campo das Cebolas/ Rua da Alfândega/ Av. Infante D. Henrique/ R. do Instituto Virgílio Machado, apesar de abrangido pelo Plano de Pormenor, não ter regras leva ao receio de aventuras incompatíveis com a zona.
São algumas opiniões que aqui ficam e que são partilhadas por muitos dos que trabalham na CML.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Frase de fim-de-semana, por Jorge


"O mapa não é o terreno"


Alfred Korzybski (filósofo e cientista polaco-americano, 1879–1950)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Se alguém se engana com seu ar sisudo...


Desculpai-me lá uns dias afastado da net sem aviso prévio.
Lá onde estive, respirando bem e com um bom silêncio, só interrompido por andorinhas e melros mais os carrilhões das duas igrejas que dão horas com 10 minutos de diferença, não vi as pessoas a falarem da revisão constitucional que poderá (ou não) ocorrer na actual legislatura.

Mas vi o Jorge Miranda dizer que as revisões constitucionais já ocorridas não contribuíram para melhores dias do nosso país.

Vi ainda as malfeitorias que a proposta do PSD contem, nomeadamente na maior liberalização de despedimentos e nos pagamentos de serviços na Saúde e Educação tendentes a favorecer o sector privado nestas áreas onde tem sobrevivido, com excepções, de comportamentos saprófitos, de convenções, em que o estado contrata funções mas perde capacidade de monitorização em nome de "emagrecimentos" do Estado, tão reivindicado por tais beneficiários.

Vi ainda, dias antes, o Passos Coelho dizer que não viabiliza o Orçamento de 2011.
Pondo de lado como irrelevantes, algumas frescuras infantis do neo-liberalismo, o que se está preparando, como noutras revisões anteriores, é que o PSD descarrega a parafernália de malfeitorias, o PS reage como dama impoluta e imaculada noutros assédios, e os dois, depois de grande gritaria, vão juntar os trapinhos mais à frente. Assim tem sido. Assim continuará a ser porque tudo está previsto nos respectivos códigos genéticos e na experiência desta democracia, onde liberdade atrás de liberdade, direito atrás de direito, lhe vão retirando o conteúdo concreto.

O CDS lá vai fazendo de conta, a ver a melhor altura para saltar para o trem matrimonial.
À esquerda reside a capacidade de luta contra tais projectos, esperando-se que muitas outras pessoas se oponham a estes recuos que são de civilização...
Finalmente, não me parece de descartar a hipótese de toda esta barulheira contribuir também, neste momento, para distrair as atenções para os concretos e imediatos despedimentos, novas fases de precarização e outras mal feitorias que o governo vai fazendo, que têm o acordo ou decorrem de acordos com o PSD.

domingo, 11 de julho de 2010

O neo-liberalismo existe?



O neo-liberalismo existe? É um derivado do liberalismo anterior? É um fantasma criado pela esquerda?


Esta corrente teórica, formalizemo-la ou não com esta designação, e as respectivas práticas resultam do soçobrar do socialismo no leste europeu e da lógica à solta de mais e mais lucros dos grandes grupos.


Com todas as reservas, que os próprios comunistas assinalaram antes e depois desta ocorrência a aspectos da democracia nessas sociedades e algumas políticas destes países, o exemplo que vinha deles, foi durante décadas o maior travão a uma maior exploração dos trabalhadores do “mundo ocidental”.


Os movimentos dos trabalhadores nos outros países atingiram vitórias que resultaram da sua força organizada e experiência política mas também do peso que os países socialistas tinham adquirido nas relações internacionais e na percepção geral de que certas conquistas eram possíveis.


António Vilarigues referiu no Público do passado dia 9 uma parte das conquistas obtidas pelos trabalhadores no mundo capitalismo por força do exemplo que vinha do lado de “lá”…Apreender essas conquistas e situá-las num tempo concreto é essencial para fazer história. O “Estado-Providência”, como alguns lhe chamam, atribuindo-o a desenvolvimentos exclusivos do keynesianismo, não pode ignorar este pilar da sua génese. Aliás, os trabalhadores, em todo o mundo, passaram, a partir da queda do socialismo no leste europeu, a ter a noção, na sua perda de direitos e liberdades, na sua maior exploração e no alargamento da pobreza.


Isto no que respeita às questões sociais porque os reflexos foram também enormes na globalização com os aumentos de desigualdades que produziu, na criação de novas guerras de agressão sem a contraposição de uma outra força político-militar, no mercantilismo e redução de níveis de qualidade que atingiram a educação, a saúde, a segurança social e a criação e fruição culturais.

O "menos Estado" é uma reivindicação hipócrita. O que se quer é um Estado a fazer e a gastar recursos como os grupos económicos querem. Se eles não ligassem ao Estado e o quisessem "mínimo" não se candidatavam a nenhum órgão da administração central e local. Aqui o que lhes interessa é retirar parte de serviços universais, como a educação e a saúde, e também a segurança social, com maior capacidade de gerarem lucros numa óptica de gestão privada, do âmbito

da gestão pública, única forma de lhes garantir a universalidade e a gratuitidade. Como se não fosse para isso que todos pagamos impostos e descontamos ao longo da vida...

As designações são importantes para designar certos fenómenos. Mas importa ter em conta que este é o capitalismo que existe, no ponto onde o fizeram chegar as suas locomotivas. Qualquer rejeição semântica por parte dos partidos que têm governado Portugal nos últimos trinta e quatro anos é um mero acto de hipocrisia eleitoralista.

domingo, 4 de julho de 2010

Hegemonia imperial ou mundo multipolar?


Há dias referi aqui a opinião de A. G. Marshall e a nova oprdem mundial sobre o despertar político global.

Essa opinião baseia-se numa influência das massas organizadas contra as elites.

Há, no entanto, outros autores que, agora já se referindo às relações entre estados, afirmam existirem já um conjunto de potências, a saber, o Brasil, a Rússia, a India, a China e a Turquia (em discussão com os outros por estes dias para integrar o grupo), que estão a construir já esse mundo multi-polar e que isso está, por exemplo, a condicionar as sanções ao Irão.

Mas essa multipolaridade não limita totalmente a margem de manobra dos EUA que, depois do falhanço das negociações dos EUA com o Irão, e o êxito das conduzidas pela Turquia e o Brasil, com outra capacidade de diálogo que não a posporrência americana.

Para este conjunto de potências existem, é claro interesses próprios no assumir deste papel geo-político. A Turquia tem ambições de ser interlocutor de peso no Médio Oriente, e estará a afastar-se de uma diluição na União Europeia, parceiro estratégico menor dos EUA. a China e a Rússia apostam na estabilidade interna do Irão, atendendo às fortes relações comerciais entre eles, ao fornecimento de gás do Irão à China, e de armamento.


Mas nem tudo é positivo.

Israel vive às conta dos EUA e aprofunda o seu carácter racista provocador. Isolado do resto do mundo dispõe de muitas ogivas nucleares para resistir ao que parece inevitável: o seu afundamento. O que poderá vir dali?

Os EUA ocuparam o Iraque e nem tão cedo sairão do Afeganistão.

A instalação do escudo anti-míssel norte-americano na Polónia é passo importante, tentado há décadas, de aniquilar as defesas russas se esta for confrontada com um ataque de mísseis.


Mas, por outro lado, na América Latina constitui-se um entendimento entre países que reduz o papel da esclerosada OEA.

Em África um esforço de afirmação própria no cenário internacional tem tido um papel positivo, apesar de muitas contradições.

A tentativa da Síria e Venezuela recriartem um movimento do tipo dos não alinhados e outros contactos bilaterais entre vários países revestem-se de interesse objectivo.

Até agora os EUA só cooperavam com estruturas regionais de vários países se a pudesse tutelar. Não é claro que possa continuar a ter em todo o lado esse papel. A sua crise é profunda e o resto do mundo tem pago isso.
Mas a redução constada da sua influência poderá gerar enormes aventuras contra a Humanidade.

O reequilíbrio entre estados não dispensará uma participação activa das massas bem apoiadas em organizações que as representem e as faça aceder ao poder.

Generais e coroneis...


Às vezes não resisto ao masoquismo e fico-me a ver na RTP-2 o "Olhar o Mundo", de Márcia Rodrigues.

A jornalista é uma compulsiva casadoira dos interesses da UE e da NATO, situação de facto que a transcende mas que gosta de glosar para não ficarem más interpretações sobre este ou aquele incidente como foi agora a substituição de um general por outro no comando da guerra no Afganistão, ou algumas vozes na UE a protestarem contra "esta guerra que é dos americanos"

Para tal socorreu-se de um coronel português, que já lá cumprira uma missão, o coronel Duarte Costa.

Fiquei banzado com o corte de cabelo West Point, as medalhas ostentadas pelo entrevistado e pela densidade da linguagem operacional carregadinha de "counter-insurgences" e "comprehensible approaches" e de outras designações como tais para ficarmos esmagados com a sua suposta sapiência.

Esclarecimentos sobre a guerra, as razões do seu prolongamento há tantos anos, ficaram para outra oportunidade. Mas ficámos a saber que "partilhamos com os EUA" uma série de pricípios morais e éticos, que esta guerra "temos que a ganhar", que se deve valorizar para passar da hostilidade à indiferença das populações o tratarmos bem as crianças e partilharmos hospitais de campanha com elas, que a guerra vai durar muito tempo e é necessária a solidariedade de todos (?).
Olha que bem...

sábado, 3 de julho de 2010

D. Januário Torgal Ferreira: um bispo certo no tempo

Em entrevista ao jornal "i", no passado dia 26, D. Januário analisa aspectos da realidade portuguesa, em coerência com um pensamento que tem elaborado, em contacto com a realidade do seu país.

Viver até aos mil anos...



Ontem num colóquio na Universidade do Poto, o director da fundação Strategies for Engineered Negligible Senescence fez passar a mensagem, por alguns jornalistas para isso vocacionados, de que é possível travar o envelhecimento e de que os humanos podem chegar aos mil anos. Para ele a medicina regenerativa tem pés para andar se se investir na investigação e pesquisa e a biologia experimentativa necessita de desenvolver métodos para o uso de células estaminais, terapias limpas e engenharia de tecidos, podendo contar já hoje com parte da tecnologia necessária.
Este investimento é prioritário? Não, penso eu. O mundo tem que investir mais no combate à fome, às doenças, na criação de sociedades menos desiguais, mais respeitadoras do trabalho e de direitos, no fim das agressões e das guerras imperialistas.
A Ciência e a Técnica deslumbram-nos nas imensas potencialidades que abrem para o desenvolvimento humano, para a melhoria das condições de vida. Por isso é chocante que a tal progresso da C&T não corresponda esse desenvolvimento humano e o usufruto generalizado das liberdades a que só pequenas minorias têm acesso.Fica de parte a questão de saber o que faríamos com um mundo povoado de seres humanos milenários, que coexistiriam com o crescimento contínuo de novas gerações e as restrições absurdas que o capitalismo coloca à auto-suficiência alimentar...Exportaríamos os excedentes populacionais para a Lua e outros planetas? Criaríamos vários níveis subterrâneos de novas sociedades?Ou só se está querer satisfazer mais um pequeno nicho do mercado dos que acham que não viveram bastante?
Nota final -.A foto não é de um homem milenar mas do autor desta visão, Audrey de Grey.

sexta-feira, 2 de julho de 2010